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Produtores agrícolas perdem apoio em quinto protesto do ano na Argentina

Produtores deixaram de enviar cereais às indústrias e aos exportadoresO quinto protesto convocado este ano pelas associações de produtores agrícolas argentinos contra a política do governo termina nesta quarta, dia 8, com pouco respaldo popular e muitas críticas por coincidir com a crise financeira mundial.

Após realizar um ato na zona rural, as entidades responsáveis pelo protesto, que representam cerca de 290 mil produtores, iniciaram uma caravana de 170 quilômetros rumo a Buenos Aires, onde devem realizar um “abraço” simbólico à sede do Parlamento que marcará o fim da paralisação.

Durante o locaute, de seis dias, os produtores não enviaram cereais às indústrias nem aos exportadores. O gado bovino também não foi totalmente fornecido aos mercados. O ministro da Justiça, Aníbal Fernández, disse que o protesto agropecuário foi “inoportuno” e “inconveniente”, além de considerar que “há um âmbito adequado para essas discussões”.

? Fizemos uma contribuição, não incomodamos o povo ? disse por sua vez o presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, ao destacar que, ao contrário das anteriores, este protesto não incluiu bloqueios de estradas.

Buzzi e os líderes das outras três entidades rurais lideraram um comício na cidade, na província de Buenos Aires de São Pedro, um dos epicentros dos protestos durante os embates anteriores. Embora o ato reunisse centenas de produtores agitando bandeiras argentinas e entoando canções contra o governo, a participação foi claramente menor que em protestos anteriores.

Buzzi afirmou que “o campo constitui uma oportunidade para a crise financeira global não afetar o interior do país”, e acusou o governo de “ter uma atitude de ressentimento” com o setor.

O embate entre o setor agrário e o governo vive um impasse desde julho, quando o Parlamento rejeitou a proposta de impostos móveis às exportações de grãos que detonou o conflito em março.

Apesar de os impostos voltarem a serem aplicados sob uma taxa fixa, desde então, os produtores asseguram que sua situação é pior do que a de março por causa de aumento de custos, redução dos preços internacionais dos grãos e uma seca que muitos consideram a mais grave do último século.

Segundo uma pesquisa divulgada esta semana, 71,2% dos argentinos não concordam com o locaute como mecanismo de protesto e o 29,4% discordam das exigências dos produtores rurais.

A pesquisa, da empresa de consultoria Management and Fit, que entrevistou 1.500 pessoas em todo o país, determinou que 37,6% concordam com a reivindicação dos agricultores. Nos protestos anteriores a aprovação medida pela mesma empresa tinha oscilava entre 67% e 72%.

O ministro do Interior, Florencio Randazzo, declarou que “o locaute não tem nenhum sentido” em um contexto de crise global que expõe “os preços das matérias-primas (…) às variáveis internacionais”.

? A solução se afasta quando se corta o diálogo, que não significa aceitar imposições ? sustentou o ministro após confirmar que o governo planeja lançar um plano de medidas para o setor.

Segundo ele, este plano deixou de ser discutido com as entidades agropecuárias “quando se anunciou o locaute”. Entretanto, Eduardo Buzzi comentou que as entidades agrícolas têm “curiosidade pelos anúncios” do governo e voltarão a se reunir na próxima terça-feira para avaliar os passos a seguir.

Apesar de ratificar que o setor “aposta no diálogo”, o presidente da Federação Agrária lembrou que em duas reuniões com o secretário de Agricultura, Carlos Cheppi “nada se resolveu”.

O protesto encerrado nesta quarta acontece em um contexto econômico muito diferente ao dos anteriores, pois nos principais mercados consumidores de alimentos argentinos a economia tende a se desacelerar.

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