Quanto plantar? Quanto vão pagar? Como vai ser na hora da venda? As perguntas perseguem o produtor rural Idalino Dal Della há dois anos. Faltando menos de um mês para o início do plantio nas lavouras gaúchas, o produtor de Passo Fundo já tomou uma decisão.
? Eu acho que este ano não vou produzir. Uma, que o custo vai ficar muito caro, porque há várias normas para produzir trigo, que tem várias exigências para o mercado. Então, me custa muito caro, daí tem que investir muito. Acho que este ano vou esperar. Acho que ainda não vou plantar ? diz o produtor.
Ao contrário de Idalino, a maioria dos produtores de trigo vive dias de espera. Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias, os agricultores aguardam que o governo federal divulgue o novo plano safra antes de tomar qualquer atitude.
? Tem definições que vão balizar esta questão de plantar mais ou menos que é a liberação dos custeios, que é o valor do preço mínimo, que é a logística e que é principalmente os mecanismos de comercialização na época da colheita ? diz o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto.
A estimativa da Federação de Agricultura do Estado é de que a área plantada possa aumentar 15%, chegando a 950 mil hectares. Na última safra, os gaúchos colheram 1,8 milhão de toneladas de trigo.
? Tendo em vista o histórico que nós temos dos dois últimos anos de cultivo desta cultura, que foram muito bons, tivemos uma boa colaboração do clima, tivemos por parte do produtor a utilização de um bom nível de tecnologia que como consequência disso tivemos bons índices de produtividade e o mercado também colaborou absorvendo esta produção e remunerando ela de uma forma mais ou menos adequada. Então, tendo em vista este contexto, a expectativa que nós temos para este ano de 2011 é que os produtores de trigo voltem a investir nesta cultura e estamos na expectativa de que se plante no mínimo a mesma área do ano passado ? diz o engenheiro agrônomo Jairton Dezordi.