A região da média mogiana, onde fica o município de Espírito Santo do Pinhal, responde por 25% da produção de café do Estado de São Paulo. Na região a preocupação também é com a reserva legal. Os cafeicultores desejam uma flexibilidade na legislação atual. O produtor Manoel Gonçalves Júnior acredita que a região sofre com a lei por ser formada por pequenas propriedades.
? A pequena propriedade na nossa região, geralmente, é formada por nascentes com muitos olhos d’água. Devido a topografia são poucas áreas que são agricultáveis. Então a exigência de mais uma reserva legal seria dificultoso ? explica.
O diretor da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal (Coopinhal), Gilberto Paiva Júnior, alega que não tem como resolver essa situação a curto prazo.
? Outrora era incentivado o desmatamento para se plantar o café ou qualquer outra cultura. Até o cerrado nosso era uma área que não se produzia nada. Com a correção do solo, atualmente somos os maiores produtores de café e de boa qualidade no Brasil ? conta.
Paiva lembra que também existe o problema das plantações de café nas encostas de morros, o que seria irregular de acordo com o Código Florestal de 1965.
? O café de montanha, como é chamado, é um café de excelente qualidade. Ele é plantado na montanha, mas tem os tratos culturais para evitar erosão, isso é uma preocupação da própria cultura. Então o produtor já tem essa consciência e sabe que se não tem outra área, ele tem que plantar na montanha. Tem que aproveitar o máximo da área dele para poder sobreviver. É uma questão também de sobrevivência ? alega.
O produtor Manoel é a quinta geração de cafeicultores de sua família, são mais de cem anos de tradição. Produz por ano 1.5 mil sacas beneficiadas. Tem cem mil pés de café em 45 hectares. Ele espera a isenção da reserva legal para propriedades de até quatro módulos fiscais, conforme o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). No caso de Espírito Santo do Pinhal, seriam isentas áreas com até 88 hectares.
? Espero que, pelo menos, seja incluída a reserva legal junto com as áreas de preservação permanentes, para que a gente não perca muita área agricultável ? diz.