Segundo a pesquisa, que analisou o período entre 1998 e 2007, os registros de fogo aumentaram 59% nas regiões que tiveram redução das taxas de desflorestamento. Isso significa que as emissões de gases de efeito estufa economizadas pela diminuição do desmate podem ser anuladas com as emissões provenientes de queimadas. O fogo é usado para limpar as áreas abaixo da copa das árvores, que muitas vezes escondem os estragos que poderiam ser vistos por imagens de satélites.
Segundo os pesquisadores, o uso do fogo na floresta só pode ser controlado por meio de mais subsídios que financiem a troca de técnicas antiquadas de cultivo por outras que não usem queimadas. Esta mudança exige apoio técnico ao agricultor, treinamento de pessoal e compra de máquinas.
As maiores taxas de incêndio foram observadas no sudeste e no centro do Pará, no nordeste do Mato Grosso, no norte de Rondônia e no Maranhão. Evitar o desmatamento é visto como uma forma relativamente barata de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e, dessa maneira, combater o aquecimento global.
Os dados apresentados podem complicar as negociações de financiamento de países ricos para a preservação das florestas tropicais nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Este é o assunto que está mais adiantado dentro do complexo sistema da convenção da ONU para mudanças climáticas. Foi inclusive um dos poucos tópicos que avançaram na COP15, realizada em dezembro em Copenhague.
As negociações internacionais foram retomadas esta semana em Bonn, na Alemanha. O secretário da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer, pediu em que os países reunidos no encontro sejam mais efetivos na busca por um acordo para substituir o protocolo de Kyoto.