A alíquota do imposto do combustível passará de R$ 0,23 para R$ 0,15 por litro. O desconto de R$ 0,08 centavos vale até 30 de abril, mesmo período que vai durar a redução do percentual de álcool na gasolina. A dúvida é e se o preço vai baixar nos postos e beneficiar o consumidor.
O consultor em agronegócio Clímaco Cesar acredita que, no momento não, talvez no futuro.
? Acredito que uma queda nos preços dos combustíveis, de uma maneira geral, será só a partir de maio, puxada pela safra do etanol. O volume de carros aumentou estimulado pelo governo e a oferta reduziu. Deveria ter tido um plano de estocagem do etanol, que é quem pode segurar o preço da gasolina.
Como a redução da Cide vale para as indústrias e refinarias que produzem a gasolina, ainda há um longo caminho até o combustível chegar aos motoristas.
Como os postos são livres para determinar o preço da gasolina, nem o governo garante que o valor vai permanecer como está, ou aumentar ainda mais. O preço que o consumidor paga depende do mercado e da concorrência entre os estabelecimentos.
? É preciso saber que, entre o produtor e o posto, que somos nós, tem uma coisa chamada distribuidora. Se a distribuidora não repassar na sua totalidade o que essa queda de imposto vai acarretar, nós não podemos repassar. Nos repassando, a gente tem como passar para o consumidor ? alerta o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro/SP), Hélio Pirani Fiorin.
Mas o economista lembra que os empresários têm, sim, uma margem de negociação.
? Os postos, em geral, dependem de cada região, por exemplo: há regiões em que há um monopólio, uma tendência a cartel. Então, eles estabelecem os preços que lhe interessam. Então, às vezes, o ganho que tem para o consumidor não é compensada, porque o próprio posto de gasolina consegue fazer com que o poder de mercado seja exercido.