O plebiscito contou com 2,3 mil urnas que foram instaladas em locais públicos, como igrejas e rodoviárias. Quase 520 mil pessoas responderam a duas perguntas. A primeira era se as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho. Foram 95,52% a favor e 3,52% contra. A segunda pergunta era se o limite das propriedades de terra no Brasil possibilita o aumento da produção de alimentos saudáveis e melhora as condições de vida no campo e na cidade. Dos participantes, 94,39% acreditam que sim, e 4,27% disseram que não.
Segundo os organizadores, o plebiscito serviu para colocar o tema em evidência. Por meio de um abaixo-assinado que arrecadará assinaturas até o final do ano, as entidades pretendem sugerir a criação de uma Proposta de Emenda à Constituição. A ideia é limitar o tamanho das propriedades em até 35 módulos fiscais por pessoa, o que, em hectares, pode variar de 175 a 3850, dependendo do município.
? Quando você mexe na propriedade da terra você não está fazendo medidas paliativas, é necessário que você faça um processo de conscientização popular para a sociedade apoiar as medidas tanto no Legislativo quanto no Executivo ? explica o secretário do Fórum, Gilberto Portes.
Caso passe a valer, a mudança provocará a desapropriação de 200 milhões de hectares de terra em mais de 40 mil imóveis rurais em todo o país. Segundo a estimativa do Fórum Nacional pela Reforma Agrária, as terras seriam redistribuídas pelo governo.
Para este pesquisador ligado ao movimento, a ação, que já aconteceu em países como os Estado Unidos e Índia, é necessária.
? Cada país vai ter que construir o seu caminho histórico e o Brasil terá que encontrar e pactuar esse caminho histórico que é o que com o plebiscito e com a campanha se pretende ? diz o pesquisador Ariovaldo Umbelino, da Universidade de São Paulo.