? Os relatórios do Banco Mundial são muito claros. Um país que tem o perfil da agricultura voltado para a produção de alimentos está sofrendo menos o impacto da crise da oferta ? disse o secretário referindo-se ao Brasil.
De acordo com o secretário, enquanto nos últimos dois anos a inflação de alimentos no mundo está em torno de 85%, no Brasil ela permanece em 23%.
? Dos 4,8 milhões de estabelecimentos familiares ocupados com a agricultura, 4,1 milhões são de agricultores familiares. A situação poderia ser muito pior se não tivéssemos esse universo forte ofertando a cenoura, a beterraba, o leite, o feijão. O perfil é de pequena e média propriedade ? afirmou.
Sanches lembrou que 70% do feijão, 40% da soja, 95% das hortaliças e um grande percentual de vários outros alimentos consumidos pela população brasileira são provenientes da agricultura familiar.
O secretário representa o ministro Guilherme Cassel no 2º Congresso da União Nacional de Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). No evento, Sanches disse que a valorização deste novo cooperativismo, esquecido pelo tradicional nas últimas cinco décadas, ocupa lugar de destaque nas políticas públicas do atual governo. Segundo ele, os recursos destinados aos seguros de preços e climático chegam a R$ 300 milhões por ano.
? O Pronaf [Programa Nacional da Agricultura Familiar] é reflexo disso, saindo de um orçamento ofertado ao sistema financeiro de R$ 2,2 bilhões para R$ 12 bilhões nesta safra, além de novos modelos de assistência técnica, seguros de preços, de risco climático, rearticulações das Emater [empresas de extensão rural] ? observou.
No congresso, que termina nesta sexta, as cooperativas discutem parcerias e estratégias a serem aplicadas nos próximos três anos, que beneficiariam 320 mil agricultores familiares paranaenses.