– A América do Sul perdeu 10% da safra mundial. É uma das seis maiores quebras dos últimos quarenta anos – contou ele.
A diminuição da oferta elevou os preços da soja e vai provocar um aumento na área dedicada ao grão na safra 2012/2013. Muraro calcula que o incremento deve ficar entre cinco e seis milhões de hectares no mundo.
– No Brasil, o grão deve ocupar dois milhões de hectares a mais. Uma parte, 200 mil hectares aproximadamente, vem de algodão, um milhão e 200 mil hectares deve vir do milho e o restante vem de áreas novas porque os preços da soja com este desastre que ocorreu na safra da América do Sul chegaram a patamares acima de R$ 60 em grande parte do país.
Com o aumento da oferta, a tendência é de preços menores para a soja no ano que vem. Muraro acredita que o grão também vai sofrer a influência da desaceleração das economias mundiais, algo que já acontece com outras culturas.
– Se você olhar os últimos 60 dias, o que ocorreu com os preços de café, açúcar, suco de laranja, vai ver que eles caíram acentuadamentre porque a crise financeira europeia faz com que os investidores invistam na moeda dólar e investindo na moeda dólar, as commodities são pressionadas negativamente. Soja e milho são ativos financeiros mais do que ativos agrícolas. Todos fazem parte de uma cesta de moedas e de commodities que concorrem entre si – concluiu.