Quando foi anunciada, a operação foi comparada ao mesmo movimento feito em março de 2007 pela Petrobras e a Braskem na operação de US$ 4 bilhões para a consolidação da indústria petroquímica e a incorporação do Grupo Ipiranga.
O anúncio fecha a operação deflagrada em 6 de agosto, quando a VCP divulgou fato relevante no qual fazia uma oferta de R$ 2,7 bilhões por 28% das ações da Arapar, holding controlada pela família Lorentzens.
Controlada pelo conglomerado Safra, a Arainvest tinha como sócia majoritária a opção de compra das ações, mas confirmou a renúncia desse direito, conforme previsão do mercado. A expectativa é de que a operação não será extensiva ao mercado, pois o negócio, alegam as empresas, não envolve troca de controle, mas um novo arranjo entre os atuais sócios.
A nova holding da VCP e da Aracruz terá o controle partilhado entre os grupos Votorantim e Safra, depois que ambos aportarem as participações de VCP e Aracruz na nova empresa. O objetivo é integrar todas as operações da nova gigante produtora de celulose. Com isso, a holding, cujo nome não foi definido, alcançará participação de 32% no mercado mundial de celulose de eucalipto, a chamada celulose de fibra curta.
Pelo acordo, a Votorantim Industrial terá 57,23% do capital total da nova companhia, enquanto a Arainvest ficará com 42,77%. O Grupo Safra terá também de desembolsar R$ 530 milhões para a Votorantim a fim de ajustar as participações nos percentuais anunciados. A meta das empresas é concluir a operação até o dia 6 de outubro.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a VCP informou que “as duas empresas deverão continuar operando normalmente”. Na mesma linha, a assessoria da Aracruz ressalta que, de acordo com o presidente da companhia, Carlos Aguiar, a fusão não deve ocasionar atraso nos projetos, o que só poderia ocorrer caso haja um desaquecimento no mercado mundial.