Sojicultores de Goiás já abrem mão da 2ª safra de milho

Com a falta de chuvas e o atraso na semeadura, agricultores priorizam a soja já que a cultura ainda é a que melhor remunera sojicultores

André Anelli, de Rio Verde (GO)
O longo período de estiagem que o estado de Goiás enfrentou este ano, adiou o plantio da soja e comprometeu a segunda safra de milho. Alguns produtores até pensaram em arriscar e tentar semear no pó, para salvar a janela do cereal, mas com a soja valendo mais e o milho menos, quem perde é o segundo.

O atraso no plantio da soja em Goiás, por falta de chuvas está alterando as estratégias dos produtores. Na propriedade de George Fonseca Zaiden, dos 3,5 mil hectares preparados para serem semeados, apenas uma pequena parte irrigada já foi plantada com soja. Por lá, não semear a safrinha de milho, é uma ideia que cada vez mais ganha força.

“Tudo vai depender dessa safra de soja agora. O que está acontecendo no momento é que o atraso do plantio está refletindo na Bolsa de Chicago, e eles se antecipam. Então acredito que os preços darão uma melhorada, mas assim que regularizar os plantios, o mercado observará novamente a produção e da produtividade, para definir o preço”, conta Zaiden.

O especialista em mercado agrícola, Enio Fernandes, passa o dia atento às cotações das commodities nas bolsas e a aposta dele para esta safra é em preços melhores que os praticados no ano passado, quando a superprodução derrubou a rentabilidade do produtor.

“O País está entregando grandes safras, mas a demanda está muito forte. Esse encontro de enormes safras com enormes demandas darão grandes oportunidades para o produtor. Se ele tiver planejamento, conseguirá margem”, diz Fernandes.

Para ele, a disputa por área agrícola nos Estados Unidos pode segurar o crescimento da produção americana e abrir uma janela de oportunidade para outros mercados produtores.

“Já começaram as primeiras análises, primeiras entrevistas com os produtores dos EUA para ver se irão plantar mais soja ou milho. As áreas estão muito parecidas. só que agora começa toda aquela discussão e as commodities começam a brigar por área. O milho vem perdendo área já que a soja está pagando melhor e isso é um problema para a sojicultura brasileira”, conta Fernandes.

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