O economista da FGV, André Brás, explica que, enquanto alguns produtos têm queda, outros têm valorização e passam a ter mais impacto sobre os indicadores de preços.
? E à medida que há uma economia que cresce, as pessoas consomem mais, mesmo que o preço aumente ? destaca.
O professor de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Antônio Corrêa de Lacerda, acrescenta que o setor de alimentos também sofre o impacto do mercado internacional.
? Ainda é cedo para falarmos de alimentos mais baratos ? conclui.
No campo
Mas a explicação vai além da demanda e do impacto do mercado internacional sobre os preços de alimentos. O economista do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, José Sidnei Gonçalves, lembra que é preciso considerar também a situação no campo.
? As taxas de crescimento são menores, mas os preços continuam crescendo. E se há preço crescente, é porque não tem produção em níveis adequados ? ressalta.
Em São Paulo, por exemplo, o preço ao produtor está mais alto. O Índice de Preços Recebidos (IPR) medido pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) aumentou 1,59% no intervalo de quatro semanas encerrado na semana passada. Mas os custos de produção também estão em alta.
? Há uma situação de preços de venda alto, mas o produtor não consegue aproveitar porque, atualmente, poucos têm produto. E, para a próxima safra, os custos vão crescer ? alerta o economista José Sidnei Gonçalves.
? O produtor vai conviver com custo mais alto e isso ele repassa para o produto. Ele deve revisar a sua planilha de custos ? recomenda Brás.