ALL diz ter condição de absorver volume de grãos de 2014

'ALL vê um mercado promissor em 2014 por conta da safra recorde e da operação a todo vapor no projeto Rondonópolis', diz o diretor-financeiro Rodrigo CamposO diretor Financeiro e de Relações com Investidores da América Latina Logística (ALL), Rodrigo Campos, afirmou que a empresa apresenta todas as condições favoráveis para capturar o volume da safra agrícola de grãos em 2014, que deve crescer 3,6% sobre a colheita passada segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) .

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O executivo mencionou a resolução dos problemas com equipamentos nos terminais do Porto de Santos e a normalização do tráfego no corredor de exportação que liga o litoral paulista à região produtora do Centro-Oeste como fatores que aumentam a confiança da companhia de absorver os volumes desperdiçados em 2013.

– Em um ano de operação portuária normal a ALL tem tudo para capturar o que deixou de transportar no ano passado – afirmou.

Em 2013, a ALL conviveu com restrições no escoamento provocadas por incêndio no shiploader – equipamento que carrega os navios graneleiros – no principal terminal de operação ferroviária em Santos, o Terminal de Granéis do Guarujá (TGG), que afetou volumes de commodities agrícolas durante todo o quarto trimestre de 2013. Também sofreu em razão de um acidente com o shiploader no Terminal 39, o segundo mais importante terminal de descarga ferroviária, que limitou sua capacidade até novembro.

Campos mencionou ainda, como um importante vetor para o aumento de volumes agrícolas para a ALL em 2014, a operação em plena capacidade do complexo de Rondonópolis (MT). No ano passado a concessionária inaugurou um trecho de 206 quilômetros desde o município de Alto Araguaia (MT) até Rondonópolis. Para 2014 a empresa espera que os embarques de grãos ocorram em sua maioria no novo extremo da linha, o que significa um aumento da distância média transportada.

– A ALL vê um mercado promissor em 2014 por conta da safra recorde e da operação a todo vapor no projeto Rondonópolis – disse.

A única restrição que permanecerá no Porto de Santos, segundo Campos, é a de embarques de açúcar afetados em 2013 pelo incêndio que destruiu o terminal da Coopersucar e obras nas moegas – instalação que serve para movimentar granéis sólidos – do terminal da Rumo Logística. No entanto, ele acredita que grande parte do gargalo seja resolvido a partir do início do segundo semestre com a reconstrução das instalações da Coopersucar.

– É possível que no segundo semestre a situação no sistema do açúcar esteja perto da normalidade – afirmou.

Duplicação até Santos

A ALL espera obter ainda no primeiro trimestre as licenças restantes para avançar nas obras de duplicação das linhas ferroviárias entre Campinas e Santos, disse o  diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Rodrigo Campos. A partir da autorização, as obras devem durar um ano até que a malha seja liberada com uma capacidade para 37 pares de trem – medida que equivale à quantidade de composições em ambas direções da via -, ante 15 pares na situação atual.

A licença se refere a quatro terras indígenas nos municípios de Itanhaém e São Paulo e ainda falta a aprovação da Fundação Nacional do Índio (Funai).

– O processo está avançando. Existe uma chance de as autorizações serem liberadas no primeiro trimestre deste ano, mas não posso garantir – completou.

Campos disse, ainda, que o investimento na obra de duplicação não depende da Rumo Logística ou de qualquer outra parceira para ser realizado. O executivo afirmou que o montante necessário para o término da duplicação, de pouco mais de R$ 100 milhões, é relativamente pequeno em comparação ao capex de R$ 700 milhões por ano alocados pela companhia para o aumento de produtividade de suas linhas.

– Lembro, ainda, que o caixa das operações ferroviárias da ALL fechou 2013 com R$ 2,5 bilhões – disse o diretor.

ALL e Rumo, subsidiária da Cosan, possuem um contrato que prevê investimentos para a duplicação da malha com o objetivo de aumentar o transporte de açúcar até o Porto de Santos. O acordo, porém, está sob processo de arbitragem.

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Agência Estado