? Mas há, sim, um fator especulativo ? disse Mantega, que participou da abertura do Fórum do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Rio de Janeiro.
O ministro brasileiro disse que a alta das commodities impacta a inflação. Ele explicou que em períodos de alta de inflação, o receituário, que já tem sido aplicado pelo Brasil, manda que seja feito aperto monetário. O paradoxo, de acordo com Mantega, é que a elevação de juros agrava o quadro de fluxos excessivos de capitais, com os quais o Brasil tem que lidar. Além disso, a situação de crescimento mais acelerado dos emergentes em relação aos países desenvolvidos reforça o fluxo de capitais para os emergentes.
Nesse ambiente, segundo Mantega, não se pode deixar o câmbio flutuar livremente, como defendem alguns, para ajudar no combate à inflação, sob pena de causar um estrago na indústria nacional. Ele respondeu às criticas de que ações para conter o fluxo são inócuas por terem impacto temporário afirmando que a ideia é essa mesma, já que a qualquer momento a situação externa pode mudar – por exemplo, se os Estados Unidos elevarem os juros.
? Deixar o câmbio flutuar livremente com esses fluxos não é uma solução viável ? disse.
Mantega disse ainda que o fluxo de capitais tem sido sempre uma preocupação dos ministros da pasta e dos presidentes de bancos centrais, quando há falta e quando há excesso de entrada de recursos no país.
? O fluxo de capitais já tirou o sono de muitos ministros da Fazenda. Certamente, é muito melhor perder o sono pelo excesso de capitais do que pela falta, como aconteceu no passado.
Na abertura do evento do FMI, Mantega também ressaltou que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) é bem-vindo ao país.
? É a parte boa do fluxo de capitais e a que todos nós queremos ? afirmou.