– Não temos como discutir, vamos repassar – informou o superintendente de Operações e Mercado Interno da cooperativa, Lúcio Dias.
Recentemente, o governo federal autorizou dois aumentos do óleo diesel: de 5,4% no fim de janeiro e de 5% no dia 5 de março.
– O país está contratando uma inflação brutal mais à frente. Enquanto sobe o diesel, vemos o Ministério da Agricultura preocupado com o custo do chuchu – ironiza Dias.
O superintendente explica que muitos cooperados venderam anteriormente o café e agora têm de embarcar com custos mais altos. Ele acrescenta que o país enfrenta um grave gargalo logístico, que onera drasticamente a produção agrícola.
Conforme Dias, há graves problemas, como os casos em que o café que chega ao porto, principalmente de Santos (SP), e tem de voltar para a transportadora por falta de condições de embarque. Por conta dos entraves logísticos, e também do feriado de Carnaval, a Cooxupé deixou de embarcar cerca de 15% do volume total de café previsto para o mês de fevereiro.
– Esperamos compensar em março, mas está complicado – lamenta.
A Cooxupé faz mensalmente embarque direto médio de 280 mil sacas de 60 kg de café e é o maior exportador do grão do Brasil.
Com relação à desoneração do IPI e PIS/Cofins sobre os itens da cesta básica, que inclui o café, Lúcio Dias informa que praticamente não haverá reflexos na industrialização do grão, realizada pela cooperativa, que torra e mói o grão verde. De acordo com ele, a queda no preço deve ocorrer do supermercado para o consumidor final.