Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Alta do dólar favorece venda de produtos agropecuários brasileiros

Valorização da moeda norte-americana frente ao real é positiva, especialmente para as commodities, cujo preço é formado pelo mercado internacional, como é o caso da sojaProdutores de grãos se beneficiam com o movimento de alta do dólar diante do real. Pelo menos 30% da safra 2012/2013 de soja ainda não foi comercializada. Para os especialistas, mesmo com o aumento do valor dos insumos importados, o produtor ainda sai ganhando na venda.

O diretor executivo da Associação Nacional de Dedesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, aponta que as culturas de exportação devem ser favorecidas este ano. Segundo ele, em 2012, o dólar era comercializado a R$ 1,60, em média, e, agora, está por até R$ 2,15.

De acordo com o secretário executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fábio Trigueirinho, no caso da soja, 70% vai para a exportação, em farelo, óleo e grão, o que favorece o ganho  do produtor. Por outro lado, alguns produtos utilizados na lavoura, como defensivos e fertilizantes, são importados e também vão sofrer reajustes. Na opinião de Trigueirinho, o saldo ainda é positivo para o produtor.

– Os produtos que são usados na lavoura sofrerão um reajuste de cerca de 7%, mas o produtor ainda sai no lucro.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, disse que um câmbio na faixa de R$ 2,10 a R$ 2,20 é “saudável” para o setor agropecuário do país.

– Quando estava em R$ 1,70 era extremamente cruel, mas variações bruscas me preocupam imensamente – afirmou. De acordo com o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, a valorização do dólar frente ao real é positiva, especialmente para as commodities, cujo preço é formado pelo mercado internacional, como é o caso da soja.

– O câmbio afeta 100% da receita, mas nem todas as despesas são dolarizadas – afirmou.

Ramalho alertou, contudo, para o endividamento das empresas em dólar.

– Preocupa-me, imensamente, sermos dependentes de grandes empresas e corporações que estejam endividadas em dólar – disse.

Pessôa, no entanto, observou que o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos prejudicará apenas as companhias que não se protegeram contra oscilações cambiais.

– O problema não é ter dívida em outra moeda, o problema é não estar protegido contra a variação dela.

Pecuária

Para o setor de carnes, o aumento do dólar também é favorável. Segundo o analista da MB Agro, Cesar de Castro Alves, a receita com as exportações vem crescendo. O receio dos pecuaristas é em relação ao preço do farelo de soja, item muito importante da alimentação animal. Com o estímulo à exportação, o mercado brasileiro pode sofrer com a falta do produto no mercado interno.

Para o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, os produtores devem estar atentos para as políticas econômicas do Brasil, para que os investimentos continuem vindo para o país.

– A política econômica fracassou nos dois pontos que tentava melhorar: no crescimento, que não se desenvolve, e no controle da inflação.

De acordo com Daher, o dinheiro não está mais vindo para o Brasil com tanta facilidade e o país está importando mais que exportando. 

O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, também concordou que o câmbio até R$ 2,20 é benéfico e adequado ao setor exportador de proteínas animais. Ele também ponderou, no entanto, que é necessário uma atenção especial ao impacto do câmbio no endividamento em dólar das companhias.

– O câmbio livre é uma conquista. O setor se beneficia em termos de volume e receita, pois impulsiona as exportações de proteínas. Entretanto, há empresas do setor que estão com endividamento alto e aí precisa haver uma atenção e um equilíbrio – declarou.

Ele comentou que o segmento produtor de aves no Brasil está conseguindo, somente agora, compensar o alto custo dos grãos observado no segundo semestre do ano passado.

– Demora um tempo para os mercados absorverem o aumento de preços. A queda recente das cotações dos grãos também leva um tempo para ser absorvida – disse.

Clique aqui para ver o vídeo

Sair da versão mobile