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Alta do dólar é insuficiente para impulsionar exportação de soja

Exportações em março foram 22,5% menores na comparação com o mesmo mês de 2014A alta do dólar tem dado sustentação ao preço da soja no Brasil, mas não impulsionou as exportações até o momento. O diagnóstico foi feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e consta no documento de divulgação do 7º Levantamento de Safra, apresentado nesta sexta, dia 10. 

Fonte: Carlos Roberto Dellavalle Filho/Lagoa Vermelha (RS)

A companhia explica que em março, apesar da alta do dólar, as exportações da oleaginosa foram 22,5% menores do que as registradas em igual mês do ano passado. Essa queda, explicou a Conab, está associada à recuperação da produção norte-americana. A instituição pondera que, apesar da baixa no mês passado, a expectativa para as exportações é positiva e elas podem alcançar 46,77 milhões de toneladas – número 2,36% maior do que o observado em 2014.

Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o ritmo lento dos embarques de soja são consequência, principalmente, das frequentes precipitações nas regiões portuárias, embora tenha havido melhora em alguns dias. Com isso, houve filas de navios, deixando os armazéns dos portos com volumes expressivos, o que impediu novas nomeações e, também, que novos lotes fossem descarregados em praticamente toda a última quinzena do mês.
 
Para tentar amenizar a situação, algumas tradings que possuem indústrias intensificaram o processamento da soja, aproveitando também o bom momento na comercialização de farelo.
 
Em relação a fevereiro, o volume exportado aumentou em março. Os embarques de soja em grão somaram 5,59 milhões de toneladas em março, ante apenas 868 mil toneladas em fevereiro. A soja brasileira embarcada teve valor médio de R$ 74,52/sc de 60 kg, elevação de 10,6% em relação ao de fevereiro (R$ 67,36/sc) e 5,5% superior a março/14 (R$ 70,64/sc).
 
De farelo de soja, o Brasil exportou 1,33 milhão toneladas em março – o maior volume já embarcado neste período, ficando expressivamente acima das 685 mil toneladas embarcadas em março e das 727 mil toneladas exportadas em março de 2014.
 
Em contrapartida, quanto ao óleo de soja, os embarques somaram apenas 62,83 mil toneladas em março (o menor volume desde fevereiro de 2014), 36,1% abaixo de fevereiro e 46,6% inferior ao de março/14 – conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
 
Produtividade
 
Segundo o Cepea, no Centro-Oeste e no Sudeste a produtividade pode ser menor, devido ao clima desfavorável em grande parte do ciclo da soja. Nas regiões Norte e Nordeste, a colheita esteve em ritmo lento no decorrer de março, devido às fortes precipitações que interromperam os trabalhos de campo. Quanto ao Sul do país, o elevado índice de ferrugem asiática em lavouras de soja preocupou o setor, já que a produtividade pode registrar forte queda. Os casos de ferrugem foram verificados principalmente no Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de soja do Brasil.
 
Até o final de março, 118 focos de ferrugem asiática haviam sido confirmados no Rio Grande do Sul na atual safra, ante apenas 75 em toda temporada passada, segundo dados do Consórcio Antiferrugem. Em Santa Catarina, eram 52 focos até o dia 1º de abril, ante apenas um na temporada anterior. No Paraná, eram 90 focos e, na safra passada, foram registrados 75.

Os esmagamentos brasileiros de grãos, em 2015, devem alcançar 41 milhões de toneladas, volume 11,4% maior que o do ano passado. Essa alta, segundo a Conab, está relacionada, em parte, ao crescimento do consumo doméstico de óleo de soja e ao uso desse mesmo óleo para biodiesel.
 
Diante desse quadro, e da estimativa de que a produção fique em 94,28 milhões de toneladas, o estoque final brasileiro deve alcançar 5,79 milhões de toneladas de soja em grãos – número que, se confirmado, será o maior estoque de passagem dos últimos 10 anos. 

Indicadores

O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados na modalidade spot, referentes ao grão depositado no corredor de exportação de Paranaguá, subiu 7,3% em março, a R$ 70,65/sc de 60 kg no dia 31. Já ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador foi de US$ 22,08/sc de 60 kg, baixa de 4,2% no mês. Na BM&FBovespa, o contrato Maio/15 caiu 5,4%, a US$ 21,35/sc de 60 kg no dia 31.
 
A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, teve alta de 6,4%, fechando o mês a R$ 65,69/sc. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as elevações foram de 6,4% no mercado de balcão (pago ao produtor) e de 6,1% no de lotes (negociações entre empresas).

No mercado internacional, os valores foram pressionados pela expectativa de maior área a ser cultivada com soja na próxima temporada nos Estados Unidos e pela fraca demanda norte-americana. O vencimento Maio/15 da soja negociado na CME Group (Bolsa de Chicago) recuou 5,7% em março, fechando a US$ 9,7325/bushel (US$ 21,46/sc de 60 kg) no dia 31. Para o farelo de soja, o contrato Maio/15 caiu 4,6% no mesmo período, a US$ 326,80/tonelada curta (US$ 360,23/t). No mercado de óleo de soja, o primeiro vencimento teve forte queda de 7,8%, a US$ 0,3039/lp (US$ 669,98/t) no dia 31.

Para os derivados, as cotações do óleo de soja (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) subiram 2,6%, a R$ 2.241,96/tonelada no dia 31. Para o farelo de soja, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve aumento de 3,1% no mesmo período.

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