O engenheiro agrônomo José Seefel explica que a complexidade do cultivo exige um investimento maior que outras lavouras.
— O algodão é uma cultura que a cada ano vem nos desafiando, principalmente no que se refere a pragas. É uma cultura que dá muito sugadores, pulgão, mosca branca. São pragas que tu estás constantemente entrando com produtos, principalmente lagarticidas, e são produtos que tem um custo relativamente alto. Então, com a baixa do preço do algodão, acaba dificultando um pouco mais os trabalhos.
Além disso, outras culturas, como soja e milho, têm se mostrado mais atrativas, reduzindo a área plantada nas propriedades.
A Abrapa alerta ainda para a queda na geração de empregos. Só no plantio eram 15 mil trabalhadores na safra 2010/2011, número que agora é 20%. Diante das dificuldades, o setor pede socorro ao governo federal. Segundo o presidente da Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul), Darci Boff, se nada for feito o Brasil poderá deixar de ser um grande exportador do produto.
O Ministério da Agricultura reconhece a defasagem no preço mínimo. Conforme o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, estudos estão sendo realizados e medidas devem ser anunciadas em breve.
— O algodão é uma cultura extremamente importante para a economia e nós vamos encarar essa demanda, estudar ela com bastante cautela para que a gente possa, num futuro bem próximo, dar uma posição firme para o setor e fazer a intervenção se necessário for.