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Alta no preço do algodão no mercado interno deixa indústria apreensiva

Desde o começo do ano, valorização foi de 30% e pode subir ainda maisOs preços do algodão no mercado interno já subiram mais de 30% desde o começo do ano e podem subir ainda mais. Muitos produtores deixaram a cultura, e pragas vêm causando prejuízos às lavouras. A indústria, que depende do produto, está apreensiva.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o produto foi negociado no dia 2 de janeiro a R$ 1,57 por libra peso, que corresponde a pouco menos de meio quilo. Nesta semana, ele passa de R$ 2,00. Para o consultor do mercado de algodão Andrew MacDonald são três motivos que fizeram o preço da fibra aumentar. A produção teve uma redução de 35%, as importações – principalmente da China – aumentaram e a demanda da indústria têxtil nacional seguiu firme.

– Antigamente, a indústria têxtil conseguia comprar para entrega futura. Comprava safra 2013/2014 já. E com essa instabilidade de mercado, o comprador lá fora e aqui, aliás, está em dúvida de arriscar. Ele quer comprar com preços mais perto da entrega para não ter muita diferença entre preço de algodão e preço de venda – diz MacDonald.

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Especialidades Têxteis do Estado de São Paulo (Sietex), Paulo Henrique Schoueri, nessa safra houve fatores que afetaram o preço da matéria-prima.

– Normalmente na entressafra a gente tem um preço alto, que é comum. Esse ano, nós tivemos fatores que afetaram o preço da matéria-prima, ou seja, a produção da área plantada, por uma questão de interesse dos agricultores – fala Schoueri.
Influenciados pelos preços baixos dos últimos anos e pelo aumento dos custos,  muitos produtores abandonaram a cultura do algodão e migraram para a soja e o milho, que estão com preços atrativos.

– O custo da produção do algodão é muito alto, por isso, quando o preço baixa, o custo está subindo. E como o preço do milho está bom, o produtor optou por plantar milho e soja ao invés de algodão – diz MacDonald.

Um outro problema enfrentado pelos produtores é a incidência da lagarta helicoverpa zea, tradicional praga do milho que passou para as lavouras de algodão e de soja. O prejuízo já ultrapassa R$ 1 bilhão na região de Luis Eduardo Magalhães, oeste da Bahia.

E com os preços mais altos para os produtores, a preocupação fica com a indústria, que depende da matéria-prima. Segundo Paulo Henrique Schoueri, as empresas devem ter prejuízos nos próximos meses.

– A desaceleração acaba causando desemprego e isso ninguém quer. Você, hoje, tem um pleito formulado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) de desoneração da importação da matéria-prima do algodão. Acho que o governo já deveria ter usado para, justamente,  frear esse aumento que já foi na casa dos 26,5% – conclui Schoueri.

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