O cafeicultor Manoel Carlos Gonçalves Júnior, da cidade de Espírito Santo do Pinhal, a 200 quilômetros de São Paulo, planta 120 hectares e colhe, em média, três mil sacas de café. A entressafra que iniciou em setembro termina só no final de abril. O produtor já poderia vender os grãos por um preço rentável, mas vai esperar o início da safra para barganhar um valor ainda mais alto.
Alguns produtores já estão antecipando a venda do café. A saca de 60 quilos está custando até R$ 460. Muitos preferem garantir o lucro agora e não esperar até o mês de maio.
Dos 400 produtores cooperados do município, 40 já estão negociando contratos com compradores. Alguns negociam apenas 30% da produção, e assim já garantem um preço mínimo para futuras negociações no segundo semestre.
Segundo Daniel Bertelli Gozzoli, gerente de cooperativa, negociar parte da produção é uma estratégia boa para todos os produtores, mesmo quem não vende parte da safra antes acaba lucrando, pois os valores comercializados viram preços mínimos. Gozzoli ressalta que no segundo semestre os valores só sabem e não caem mais.
Para Nelson Carvalhaes, especializado no mercado de café, a safra deste ano será menor do que a do ano passado, mas em compensação o preço estará valendo a pena. O analista aconselha o produtor a investir em qualidade.