Alta de 5% no preço do diesel eleva custo do frete em 3% em Mato Grosso

Reajuste do combustível também deve impactar custo de produção nas lavouras do EstadoO aumento de 5% no preço do diesel nas refinarias da Petrobras, que entrou em vigor na quarta, dia 6, deve provocar um aumento entre 2,5% a 3% no custo de transporte do frete em Mato Grosso. O cálculo é do diretor executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, Miguel Mendes, que alerta para o fato de o combustível responder por metade das despesas das transportadoras.

Segundo Mendes, de cada R$ 1 mil faturados pelas empresas cerca de R$ 500 são gastos para abastecer os caminhões com óleo diesel. Ele observa que em Mato Grosso o impacto do diesel no custo é maior pelo fato de estar mais longe das refinarias e também por causa da alíquota interna de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

Mendes observa ainda que o peso do diesel no custo de transporte também se deve às condições precárias das rodovias, que favorecem a ocorrência de acidentes e demora nas viagens. Ele calcula que os valores atuais dos fretes estão em média 40% acima dos registrados em igual período do ano passado, em virtude da alta dos custos, principalmente na questão trabalhista, após a entrada em vigor da nova Lei do Caminhoneiro, que instituiu o descanso obrigatório a cada 4 horas de viagem e repouso de 11 horas ao fim da jornada.

Reajuste do óleo diesel também deve impactar custo de produção nas lavouras de Mato Grosso

Para Seneri Paludo, superintende da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), o aumento de preço do óleo diesel nas refinarias neste ano devem provocar aumento de 1% no custo de produção das principais lavouras em Mato Grosso. Os produtores gastam em média entre 50 a 55 litros de óleo diesel por hectare de lavoura.

Aos preços vigentes o gasto com diesel é de R$ 120/hectare, que corresponde a 10% do custo de produção da soja, explica Seneri Paludo, superintende da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Segundo Paludo, o impacto de 1% no custo de produção no cenário atual de preços da soja não chega a ser preocupante, mas os produtores devem “deixar a barba de molho”, pois o impacto do combustível será grande no caso de retração das cotações da oleaginosa. Ele lembra que a margem histórica de ganho na soja é de 10% a 15%.

O superintendente da Famato observa que a alta de preços do diesel também afeta as margens dos produtores devido aos maiores gastos com o frete, tanto na compra dos insumos (fertilizantes e defensivos) como no escoamento da safra para os portos.