Alta no preço pode compensar perdas causadas pela seca na safra da soja na região Sul

Com o fim do ciclo se aproximando, aumento de 20% no valor do grão alivia prejuízosCom mais de 50% da soja colhida no Rio Grande do Sul, produtores confirmam as previsões de quebra de safra entre 30% e 60% no Estado. A alta no preço da saca, porém, é a esperança para compensar as perdas da estiagem.

De acordo com Nei Mânica, presidente da Cooperativa Tritícola de Não-Me-Toque (Cotrijal), o resultado econômico da lavoura não está sendo tão ruim quanto o da produção. Os altos preços fixados pelo mercado na região – R$ 57 a saca para a indústria e R$ 53 para o produtor – deverão amenizar as perdas.

– O que colhemos a menos deve ser compensado com um aumento de 20% no preço – explica Mânica.

A duas semanas do fim da colheita – e com mais da já metade concluída -, a região de Não-Me-Toque tem quebra de 50%. Na região da Cooperativa Tritícola Taperense (Cotrisoja), o gerente de negócios, Gilcar Colombo, afirma que a média de produtividade ficou em 30 sacas por hectare.

– Em relação a 2011, a quebra foi de 50% a 60% – explica.

Devido à má distribuição das chuvas, a situação das lavouras é diversa. O sojicultor Plínio Fornigheri constatou essa heterogeneidade em suas propriedades. Em Passo Fundo perdeu 30%; em Capão do Cipó, 80%; e em Alegrete, 60%. Apesar da diferença, avalia que as perdas sejam superadas com os preços.

A opinião é compartilhada por Jeferson Saggiorato. Na propriedade dele, em Passo Fundo, a produtividade baixou de 65 para 42 sacas por hectare. Mas o aumento de pelo menos R$ 10 no preço da saca, animou o agricultor:

– É uma grande oportunidade de vender boa parte da safra e ter lucro – avalia Saggiorato.