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Alto custo faz produtores de Mato Grosso cultivarem a própria semente

Prática deve seguir normas do Ministério da Agricultura e é alternativa individual para reduzir gastosO período ainda é de vazio sanitário, mas enquanto não chega a época do plantio, a movimentação é fora da porteira. Os produtores correm para comprar os insumos e fazem as contas para garantir uma safra lucrativa. A dificuldade é reduzir os custos de produção.

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Um levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que, tanto as sementes convencionais quanto as transgênicas, tiveram um aumento significativo. Na safra 2013/2014, o produtor gastou R$ 151,24 por hectare para a semente transgênica. Para a convencional, o custo chegou a R$ 150,48. Na safra 2014/2015, o produtor vai gastar em média R$ 207 para a semente geneticamente modificada e R$ 180 para a convencional.

– É hora das sementeiras reverem os valores que estão sendo cobrados, porque as sementes estão encarecendo muito. Um dos preços mais altos do nosso pacote hoje são as sementes, e não é uma semente de boa qualidade. Você tem que escolher bem a sementeira e as garantias que tem, porque tem muita semente ruim no mercado, quando dá um ano chuvoso e um ano complicado, o produtor paga uma fortuna por uma semente de péssima qualidade, e não tem o que fazer – alerta Bares.

A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) afirma que o aumento é reflexo da alta tecnologia e não deve ser encarado como custo.

– Não existe um preço unificado de sementes, é um preço da lei de mercado, é preço de livre comércio. O aumento de alguns preços, sobretudo dessas novas tecnologias, tem a ver com o que essas novas tecnologias entregam. Então isso é aumento que agrega valor, aquilo que você paga mais você vai ter retorno: na diminuição do consumo de defensivos, na melhor prática de manejo da lavoura, na diminuição do uso de máquinas na aplicação de defensivos, no aumento de produtividade. Isso tudo significa valor não significa custo – defende o vice-presidente da Aprosmat, Gladir Tomazeli.

Com a semente mais cara, muitos produtores estão buscando alternativas. Uma das soluções é voltar a uma prática que era utilizada antigamente pelos agricultores: salvar a própria semente.

– Primeiramente, nós estamos buscando essa opção pelo custo da semente estar muito caro, e por muitas vezes a gente comprar uma variedade, chegar na hora das empresas entregarem e não ter a mesma variedade que a gente comprou. Isso tem dado muito prejuízo para nós, então pensando nesse ponto a gente tem buscado salvar campo para fazer semente, para tentar ter a variedade que a gente planejou cultivar – explica Lucas Conagesk, produtor rural.

A prática de salvar a própria semente dentro da propriedade precisa seguir uma série de normas.

– Ela é uma semente com procedência, a gente compra uma semente com nota fiscal, de boa procedência. Aí traz para a lavoura, onde planta em uma área georeferenciada, chamada campo salvo, autorizada pelo Ministério da Agricultura, credenciada para ter o direito de produzir a nossa própria semente, baseada naquela nota fiscal certificada. Cada produtor que faz isso já vai estar ciente que ele só pode produzir a sua própria semente, não pode ser comercializar. É apenas para o seu uso próprio – detalha o gerente de fazenda Sérgio Augusto Silva dos Santos.

O presidente da câmara setorial da Soja alerta para a diferença entre a semente salva e a semente pirata. A semente pirata é uma semente que não tem procedência, não tem nota fiscal e não é liberada pelo Mapa. Seu plantio é proibido e há o risco do produtor ser multado.

– É muito importante saber o que é semente salva, e o que é semente pirata, muitas vezes o produtor fez a soja safrinha, mas ele registrou o seu campo e está salvando a sua semente para utilizar, então esse é um instrumento legal, em que o produtor pode utilizar. Agora, a semente pirata não é legal, o produtor pegar, plantar na safrinha, salvar e inclusive comercializar a semente para terceiros é uma coisa que não pode acontecer; isso é ilegal – diz Glauber Silveira.

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