Amapá apresenta Porto de Santana como alternativa para escoamento de grãos de Mato Grosso

Famato diz que escoamento via portos do Norte pode se tornar realidade em de cerca de três anos, mas isso depende de investimentosUma comitiva formada por representantes do governo do Amapá e do Porto de Santana apresentou nesta segunda, dia 7, na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a viabilidade de escoamento da produção de grãos mato-grossenses pelo terminal, localizado cerca de dois mil quilômetros ao norte de Cuiabá. A rota proporcionaria redução de 30% nos custos de frete para os produtores, segundo projeção dos representantes do Amapá. Nos próximos três anos, com os investimentos necessários,

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Atualmente, cerca de 70% da produção de Mato Grosso é exportada via portos do Sul e Sudeste do país, como Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). Com a viabilização dos portos da região Norte do país, incluindo Santana, seria possível transferir até 50% da carga atualmente exportada, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O Porto de Santana está localizado na margem do Rio Amazonas, no canal de Santana, a 18 quilômetros da capital Macapá. Devido a sua localização geográfica, ele permite conexão com portos do Caribe, Canal do Panamá, América do Norte, União Europeia e Ásia. Para os produtos mato-grossenses chegarem até este porto, é necessário uma viagem rodoviária até o terminal de cargas de Miritituba (PA), seguindo via barcaças até Santana.

Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas de Santana, Edival Tork, atualmente o terminal não escoa grãos. Os principais produtos enviados ao exterior via Santana são minérios e madeira. O porto deve receber investimentos na ordem de R$ 135 milhões para construção de um segundo cais e novos pátios para armazenagem de grãos.

– Estamos trabalhando para que em um prazo de um ano e meio a dois anos possamos receber um volume maior de cargas, incluindo os grãos de Mato Grosso, o que pode representar uma redução de 30% no valor do frete para os produtores mato-grossenses – disse Tork.

O diretor-executivo da Famato, Seneri Paludo, explica que o terminal é mais uma via a ser explorada no escoamento da produção do Estado.

– Precisamos mudar parte do fluxo de exportação dos portos do Sul e Sudeste para o Norte. Santana aparece como uma boa alternativa, porém sabemos que somente este terminal não teria capacidade de resolver o problema de escoamento. É necessário que se viabilize outros, como os portos de Santarém e Vila do Conde (PA), por exemplo – frisa Paludo.

O diretor da Famato comenta ainda que o escoamento de grãos via portos do Norte pode se tornar uma realidade em um prazo de cerca de três anos, mas isso depende de investimentos.

– Para isso acontecer é preciso que as obras da BR-163 até Santarém terminem até o final de 2014 e os portos do Norte recebam investimentos para se estruturar e atender a demanda de Mato Grosso – destacou Paludo.

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