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Atualmente, cerca de 70% da produção de Mato Grosso é exportada via portos do Sul e Sudeste do país, como Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). Com a viabilização dos portos da região Norte do país, incluindo Santana, seria possível transferir até 50% da carga atualmente exportada, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O Porto de Santana está localizado na margem do Rio Amazonas, no canal de Santana, a 18 quilômetros da capital Macapá. Devido a sua localização geográfica, ele permite conexão com portos do Caribe, Canal do Panamá, América do Norte, União Europeia e Ásia. Para os produtos mato-grossenses chegarem até este porto, é necessário uma viagem rodoviária até o terminal de cargas de Miritituba (PA), seguindo via barcaças até Santana.
Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas de Santana, Edival Tork, atualmente o terminal não escoa grãos. Os principais produtos enviados ao exterior via Santana são minérios e madeira. O porto deve receber investimentos na ordem de R$ 135 milhões para construção de um segundo cais e novos pátios para armazenagem de grãos.
– Estamos trabalhando para que em um prazo de um ano e meio a dois anos possamos receber um volume maior de cargas, incluindo os grãos de Mato Grosso, o que pode representar uma redução de 30% no valor do frete para os produtores mato-grossenses – disse Tork.
O diretor-executivo da Famato, Seneri Paludo, explica que o terminal é mais uma via a ser explorada no escoamento da produção do Estado.
– Precisamos mudar parte do fluxo de exportação dos portos do Sul e Sudeste para o Norte. Santana aparece como uma boa alternativa, porém sabemos que somente este terminal não teria capacidade de resolver o problema de escoamento. É necessário que se viabilize outros, como os portos de Santarém e Vila do Conde (PA), por exemplo – frisa Paludo.
O diretor da Famato comenta ainda que o escoamento de grãos via portos do Norte pode se tornar uma realidade em um prazo de cerca de três anos, mas isso depende de investimentos.
– Para isso acontecer é preciso que as obras da BR-163 até Santarém terminem até o final de 2014 e os portos do Norte recebam investimentos para se estruturar e atender a demanda de Mato Grosso – destacou Paludo.