Os números foram divulgados nesta terça, dia 25, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base em uma nova metodologia para medição de emissões por desmatamento. Os resultados consideram fatores que levantamentos feitos até agora não levavam em conta, como diferenças da quantidade de biomassa em diferentes pontos da floresta e o papel da vegetação secundária.
? Antes a conta era uma multiplicação do número de hectares por 100 toneladas de gás carbônico. Esse modelo incorpora novas variáveis ? comparou o pesquisador do Inpe Carlos Nobre, um dos autores do estudo.
Já a colaboração do desmatamento da Amazônia para as emissões globais, de cerca de 1,5%, considera estudo apresentado na última semana na revista de divulgação científica Nature, que estimou o total de emissões de gás carbônico do planeta em 32 bilhões de toneladas em 2008. O pesquisador do Inpe Jean Ometto, um dos autores do estudo, pondera que é preciso considerar a margem de erro de 10%.
O estudo indica que a contribuição das emissões por uso da terra, mudança de uso da terra ? que inclui agricultura ? e desmatamento caiu de 20% na década de 1990 para 12% em 2008. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) utiliza o dado de 20% em seus relatórios, mas deve revisar os dados nas próximas edições.
Pesquisadores brasileiros argumentam que alguns países desenvolvidos têm interesse em inflar a contribuição das florestas para as emissões globais para evitar responsabilidades de acordo com o verdadeiro tamanho de suas emissões, que estão ligadas principalmente ao uso de combustíveis fósseis.