Os ativistas querem entregar ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), uma carta e uma lista de assinaturas pela aprovação imediata da PEC.
De acordo com a carta das ONGs, a devastação do cerrado ameaça o fornecimento de água doce no Brasil e pode levar o país a uma crise energética. O documento também chama a atenção para o índice de 70% de destruição do bioma e as ameaças às comunidades tradicionais de índigenas, quilombolas e ribeirinhos, devido ao avanço da exploração agrícola na região.
? Seria de fundamental importância elevar o cerrado, como também a caatinga, a patrimônio nacional corrigindo uma injustiça cometida há 20 anos na constituição. O cerrado é tão importante quanto os outros biomas definidos como patrimônio nacional, talvez até mais, e está sendo destruído num ritmo galopante ? afirma o professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), Donald Sawyer.
De acordo com o professor, o desmatamento da região é estimado em cerca de 22 mil quilômetros quadrados por ano, número maior do que a devastação na Amazônia. Segundo ele, o problema é não haver dados exatos, mas sabe-se que, na Amazônia, foram destruídos 11 mil quilômetros quadrados em 2007.
? Seria um desastre para o Brasil, não apenas para o cerrado. Sem o cerrado, o Brasil se torna um Iraque. Uma área muito seca. Principalmente a água do cerrado, que importa para o resto do Brasil, porque é onde nascem e crescem os principais rios brasileiros. Afluentes do Amazonas, do São Francisco e do Paraná. Isso é fundamental não só para consumo humano, como também para a agricultura e também para a energia elétrica.