– Nossos países não sacrificam sua soberania frente à pressão de grupos financeiros e agências de classificação de risco – disse, ao reforçar que o aumento da desigualdade gera mais exclusão e a perda de direitos já conquistados.
Durante cerca de 20 minutos, Dilma lembrou que a crise atual abre caminho para o que chamou de perigosas ameaças, como o desemprego, a xenofobia e a paralisação das negociações para a redução do aquecimento global.
– Não é fácil produzir novas ideias e alternativas quando estamos dominados por preconceitos políticos e ideológicos. Nos anos 80 e 90, foram eles que impeliram os países da América Latina a um modelo conservador que levou nosso país à estagnação, aprofundando a pobreza, o desemprego e a exclusão social. Hoje, essas receitas fracassadas estão sendo propostas na Europa – apontou.
A presidente ressaltou que o lugar que o Brasil ocupa atualmente no cenário internacional não é consequência de um milagre econômico, mas resultado de um povo e de um governo que souberam optar por outro caminho.
– O Brasil é hoje um outro país. Ninguém pode nos tirar isso. Somos hoje um país mais forte, mais desenvolvido e mais respeitado – concluiu.
Dilma foi muito aplaudida pelos participantes do evento, ao chegar ao local. Também participaram o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e o governador do Estado, Tarso Genro. Entre os temas abordados no debate estão a crise econômica, políticas públicas de combate à pobreza e diretrizes brasileiras para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, marcada para junho no Rio de Janeiro.