Como o Guia de Ética, Qualidade e Responsabilidade Social da RBS prevê o afastamento do colaborador no momento em que a candidatura é anunciada, a jornalista faz nesta segunda sua última participação nos veículos do grupo. Ao longo do dia, Ana Amélia se despede do público nos espaços que ocupava na Rádio Gaúcha, Rádio CBN/Diário, RBS TV Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Canal Rural e Zero Hora. No fim da tarde, em evento interno, direção e colegas farão uma homenagem à jornalista pelos 33 anos de dedicação ao grupo.
? Sair da RBS é como se eu estivesse saindo de casa. Parto para outro desafio. Deixo de ser narradora do cenário político para ser protagonista ? comenta.
Nascida no distrito de Clemente Argolo, interior de Lagoa Vermelha, Ana Amélia saiu de casa pela primeira vez aos nove anos. Filha de um carpinteiro e de uma merendeira de escola pública, até então jamais havia frequentado uma sala de aula. Levada para Porto Alegre por uma amiga da família, cursou metade do Ensino Fundamental e retornou a Lagoa Vermelha. O restante dos estudos só foi concluído graças a uma bolsa concedida pelo então governador Leonel Brizola.
De volta à Capital em 1967, Ana Amélia passou no vestibular para Comunicação Social na PUCRS e começou a trabalhar na Rádio Guaíba para pagar a faculdade. Três anos depois, já formada, deu início a uma bem-sucedida carreira de jornalista multimídia. Atuava ao mesmo tempo na Rádio e TV Difusora, no Jornal do Comércio e era correspondente do Correio da Manhã e da revista Visão.
Em 1977, ao entrevistar o então ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, a jovem repórter despertou a atenção do fundador do Grupo RBS, Maurício Sirotsky Sobrinho. No dia seguinte, Ana Amélia foi convidada a se incorporar à empresa, apresentando o Panorama Econômico, o primeiro programa de TV sobre economia do sul do país. Há 21 anos atuando em Brasília, Ana Amélia se tornou referência no país em jornalismo econômico e agronegócio.