Analista da Safras aponta crescimento na área de soja da América do Sul, mas diz que há limitantes no avanço do grão

Levantamento mostra que a produção de soja da América do Sul deverá crescer 6% sobre o total colhido em 2010/2011Levantamento divulgado na sexta, dia 26, pela Safras & Mercado, aponta que a produção de soja da América do Sul deverá totalizar 143,658 milhões de toneladas na temporada 2011/2012, com crescimento de 6% sobre o total colhido em 2010/2011 (136,059 milhões de toneladas). A estimativa indica, ainda, crescimento de 2% na área a ser colhida, que envolveria 48,753 milhões de hectares. No Brasil, o crescimento ficará em 1%, com produção de 75,24 milhões de toneladas.

Flávio França Júnior, analista sênior da consultoria Safras & Mercado, acredita que, apesar de algumas limitações de ordem política, a área de soja tende a crescer.
 
? O tradicional levantamento de intenção de plantio para a safra 2011/2012 de soja na América do Sul realizado por Safras & Mercado nos trouxe pelo menos duas importantes informações: que apesar, mais uma vez, de algumas limitações de ordem política, a área tende a crescer novamente na região; mas desta vez, ao contrário do sinalizado inicialmente no ano que passou, com sentimento também positivo para a produção ? avaliou o analista de Safras, Flávio França Júnior.
 
Isso significa que a cultura deve confirmar novo recorde de plantio na temporada, e com grandes chances de ter algum aumento também na produção sobre o recorde da safra atual. No lado positivo para a determinação dessa nova safra estão alguns destaques, como os bons resultados econômicos obtidos na safra 2010/2011, os elevados preços atuais observados no mercado internacional, e a expectativa de manutenção de mercado firme também para o próximo ano. França Júnior, no entanto, vê alguns limitantes no processo de crescimento do grão. 

? Mas por outro lado, temos alguns importantes limitantes nesse processo de avanço da soja, relacionados com o aumento de 5% a 10% nos custos de produção, a tendência de alguma recuperação na área de milho, e pelos embates políticos que atingem o setor agrícola como um todo, de natureza fundiária no Paraguai e Bolívia, e de natureza comercial e tributária na Argentina. E, evidentemente o mais importante deles, a elevada insegurança de natureza climática, considerando que a safra deve acontecer em ambiente de neutralidade (sem a presença dos fenômenos El Nino e La Nina) ? completou França Júnior.