A Cooperativa Coplacana, em São Paulo, estoca e processa soja. Por dia, 1.100 sacas do grão são transformadas em óleo, e o farelo que sobra é utilizado para a produção de ração. Os cooperados podem estocar a soja produzida sem custos.
– Nós temos condições de guardar mais tempo, porque não temos custo nenhum. É por conta da cooperativa – diz o produtor e diretor da Coplacana, José Clóvis.
Com exceção de produtores que precisam fazer caixa, Clóvis acredita que o momento é de segurar o produto e deixar para vender depois, quando o preço deve melhorar.
– Deve chegar muito próximo do preço do ano passado. Eu acho que fica entre R$ 65,00 e R$ 80,00 – aponta o produtor.
O analista de mercado Glauco Monte tem opinião contrária. Para ele, depois dos anúncios feitos no fórum agrícola dos Estados Unidos, o momento é de atenção. A previsão é de que haja uma recuperação dos estoques norte-americanos.
– Visto que os Estados Unidos têm pouca soja à disposição, teríamos que exportar com toda capacidade, mas a gente não está conseguindo. Há muitos problemas nos portos, algumas greves, e isso tem gerado volatilidade, porque no momento que você não consegue exportar, os compradores, principalmente a China, procuram outros detinos, e quem tem rapidez em atender tem sido os Estados Unidos. Está se confirmando que eles terão um aumento de área no ano que bem e uma retomada dos rendimentos. De repente, a gente vai trabalhar com uma sequência de safra grande no Brasil e nos Estados Unidos. Poderemos trabalhar preços bem diferentes para a próxima safra – destaca o especialista.
De acordo com o analista, é vantajoso segurar a soja só mesmo em prazos curtos.
– Os preços físicos tendem a ser bastante voláteis. Deve se segurar [a soja] por um período não muito longo. A partir do segundo semestre, a safra americana vai afetar os preços – alerta Monte.