– Para sintetizar em uma frase a economia de 2012, eu diria que foi uma busca frenética pelo aumento do PIB – afirmou o analista Gustavo Loyola.
– A grande surpresa do ano é que se esperava um PIB muito maior do que aconteceu – aponta o especialista José Mendonça de Barros.
Três fatores principais influenciaram o baixo índice: a redução das exportações para a Argentina, com uma queda de cerca de 20% devido às medidas protecionistas do país vizinho; o endividamento da população, que ocorreu devido ao crescimento do crédito aliado a juros menores, o que fez com que os consumidores comprometessem cerca de 60% de sua renda; e a falta de investimentos.
– O investimento anda muito baixo e não é culpa da crise internacional – indica Loyola.
A Selic, que é a taxa básica de juros utilizada como referência para a política monetária, caiu de 11% para 7,25% ao ano, a menor já praticada no país. A redução influenciou em duas frentes, na remuneração das cadernetas de poupança e na diminuição de juros aos empréstimos de pessoa física. Com isso, a população pode acessar crédito para compras de imóveis ou veículos com valores menores.
Após a metade do ano, o governo também anunciou investimentos em uma das áreas mais deficitárias do país, a logística. A falta de estrutura nas estradas, ferrovias, hidrovias e aeroportos é uma das questões que mais impedem o desenvolvimento, principalmente do agronegócio. No entanto, o plano anunciado deixou de fora a alternativa mais barata para o escoamento da safra.
Já no que se refere a moeda norte-americana, o ano começou com o dólar a R$ 1,87 e chega ao final acima dos R$ 2,00.
Apesar de todas as medidas, na opinião de muitos analistas ligados ao agronegócio, o Brasil chegou ao final do ano com um crescimento menor do que o esperado. O PIB, que não deve passar de 1%, era projetado pelos economistas em 4,5% no início do ano.