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A proposta entregue ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, prevê a criação do Programa Inovar-Máquinas Autopropulsadas, para reindustrializar o setor, que, segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, “tem tido forte concorrência dos produtos importados”. Moan explicou que a iniciativa visa ainda aumentar a capacidade produtiva do setor, com incentivos para aquisição de autopeças e bens de capital (máquinas usadas na produção) no Brasil.
Moan informou que a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) deve participar do programa, com máquinas como semeadeiras.
– A ideia é quanto mais autopeças e bens de capital forem adquiridos no Brasil, para ampliação da capacidade produtiva e modernização das fábricas, mais se obtenha crédito para compensar o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Na próxima semana, um grupo de técnicos da Anfavea deverá ser reunir com representantes do governo para discutir detalhes da iniciativa, incluindo o montante de renúncia fiscal que a proposta poderá acarretar.
– O que nós entregamos ao ministro Fernando Pimentel foram os conceitos. Na próxima semana, haverá reuniões técnicas para detalhar a proposta. A contrapartida oferecida pela Anfavea é o aumento dos investimentos, da produção nacional e da aquisição de bens de capital. Seria obrigação nossa adquirir mais peças e máquinas aqui no Brasil – acrescentou o presidente da Anfavea, que não soube antecipar valores. Ele disse que a proposta pode ser concluída em duas a três semanas.
Segundo Moan, a proposta é parecida com a do Inovar-Auto (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores). A diferença é que são parques fabris independentes, explicou.
– Dificilmente, tem-se uma indústria de autopeças que é fornecedora dos fabricantes de automóveis e de máquinas agrícolas e rodoviárias – destacou.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Inovar-Auto foi lançado no ano passado com o objetivo de criar condições de competitividade e incentivar as empresas a fabricar carros mais econômicos e mais seguros, investir na cadeia de fornecedores e em engenharia, tecnologia industrial básica, pesquisa e desenvolvimento e capacitação de fornecedores.
O setor de máquinas autopropulsadas, informou Luiz Moan, fatura cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) brasileiro. Nos últimos dois anos, os investimentos totalizaram US$ 630 milhões. Ele disse que a expectativa da Anfavea é que o programa seja lançado ainda neste ano.
Moan ressaltou que os empregos estão estáveis no setor automotivo e que os postos de trabalho cresceram significativamente em relação a 2012, 2011 e 2010 – a tendência é produzir 12% neste ano mais do que em 2012.
A Anfavea informou ainda que pretende apresentar ao governo, em duas semanas, uma proposta de novas tecnologias para caminhões e ônibus, para torná-los mais econômicos eficientes.