Anistia Internacional defende suspensão das obras de Belo Monte

Para a entidade, o governo não pode deixar de observar as necessidades dos indígenas que vivem na regiãoA organização não governamental (Ong) Anistia Internacional, por meio de nota, apelou nesta quinta, dia 2, às autoridades brasileiras para a suspensão da construção da usina de Belo Monte, no Pará. Para a entidade, o governo não pode deixar de observar as necessidades dos indígenas que vivem nas proximidades do Rio Xingu. No comunicado, o órgão pede ainda que sejam fornecidas garantias para as etnias que vivem na região.

? O Brasil deve respeitar as recomendações emitidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos para suspender a construção da barragem de Belo Monte até que os direitos das comunidades indígenas locais estejam plenamente garantidos ? disse o diretor adjunto das Américas da Anistia Internacional, Guadalupe Marengo.

Para a ONG, a decisão de levar adiante as obras da usina pode “sacrificar os direitos humanos e o desenvolvimento do país”. Em abril, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos defendeu a não concessão de licença para a construção da usina até que as comunidades indígenas tivessem total garantia de segurança.

A proposta da comissão inclui garantias de segurança física e também dos aspectos culturais das etnias, como a proteção à vida das comunidades que estão em isolamento voluntário. Há ainda recomendações de garantias para a proteção à saúde dos povos da região.

Nessa quarta, dia 1º, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o início das obras da usina, depois de polêmicas e críticas sobre a construção devido a ameaças ambientais. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a usina entrará em funcionamento em 2015 e que haverá esforço para evitar o atraso do cronograma.