O presidente da FMC para América Latina disse que, apesar da fase ruim, não é hora de frear os investimentos. A multinacional agroquímica, líder no mercado de cana, deve ter, neste ano, queda de 15% nas vendas em comparação a 2013, números que serão combatidos com mais inovação.
– Nós temos toda uma linha de produtos para o solo, tanto na parte de nutrição, no avançado de plantas, quanto na parte do biológicos, combinando com os nossos inseticidas e nematicidas. Nós estamos preparando um fungicida, que o mercado de fungicida a fmc nao tem presença, está crescendo muito em cana – diz o presidente da FMC Corporation América Latina, Antônio Carlos Zem.
Para empresários e produtores a crise está no preço da commodity e no custo de produção. O diretor da Usina Laguna, de Mato Grosso do Sul, Werner Semmelroth, ressaltou a importância da qualificação de mão de obra para a redução dos gastos.
– O problema é que os equipamentos têm sofrido bastante alteração, sido melhorados. E eles têm que acompanhar essas melhorias de equipamentos. A colheita mecanizada no Estado hoje é de quase 100%. Houve uma mudança muito grande no setor, que migrou da colheita manual para a colheita mecanizada, e não acompanhou a qualificação da mão de obra.
Qualificação, mudanças nas leis trabalhistas e uma gestão mais organizada.
– A complexidade da legislação trabalhista é algo que precisa ser trabalhado, precisa ser estudado. O setor rural não pode ser tratado na área trabalhista como setor urbano. Ele tem particularidades, tem especificidades que precisam ser tratadas – afirma o diretor agrícola do Condomínio Santa Isabel, Paulo Rodrigues.
Na opinião do analista Fábio Meneghin, da Agroconsult, os usineiros passaram pela crise com um pouco mais de folga. O prejuízo maior foi causado pela seca, que diminuiu a produtividade. No próximo ano, ele espera um cenário melhor.
– A gente vê uma leve recuperação no preço do açúcar. Nos anos atuais, com preços muito baixos, é possível que haja um desestímulo na área plantada de beterraba na Europa na próxima safra e isso deve fazer com que os preços do açúcar reajam um pouquinho. Por outro lado, a gente pode observar uma elevação nos preços da gasolina aqui no Brasil já após as eleições e isso deve estimular novamente o consumo de etanol. Não estou colocando nessa conta fatores como aumento da mistura do etanol anidro e nem o retorno da Cide. Apenas o aumento da gasolina retorna um pouco o consumo pra etanol.
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