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Ano deverá ser um dos melhores da história para a indústria de armazenagem de grãos

Líder brasileira do segmento fechou o terceiro semestre com aumento de 436% nos lucrosDepois de retomar crescimento, indústria de silos e armazens de grãos projetam 2010 como um dos melhores anos da história para o setor. Safra recorde, preços das commodities agrícolas e o déficit da capacidade de armazenagem no país são alguns dos fatores que contribuíram para o aumento nas vendas.

Depois de um ano difícil, de poucas vendas e redução no faturamento, a empresa líder no segmento de armazenagem de grãos no Brasil, Kepler Weber, fechou o terceiro semestre de 2010 com aumento de 436% nos lucros, na comparação com 2009. A fábrica gaúcha de silos e armazéns, que também tem uma unidade em Campo Grande (MS), lucrou R$ 6,6 milhões no período. Desde janeiro, esses números passam de R$ 8 milhões.

A direção da indústria, que divulgou o balanço nesta quinta, em Porto Alegre, atribui o bom momento a três fatores principais: os investimentos feitos este ano que estavam represados devido a crise, a safra recorde e a retomada dos preços das commodities. Além disso, os executivos já projetam a continuidade do crescimento em 2011, mesmo com a previsão de que o fenômeno La Niña possa prejudicar a safra de verão.

? A perspectiva para 2011 ainda é de uma safra de grande volume de grãos, o que representa necessidade de investimento ? afirma Anastácio Fernandes Filho, diretor-presidente da companhia.
 
Além do aumento da produção agrícola nacional, o setor aposta em outros fatores que devem estimular os investimentos. O principal deles é o déficit de capacidade de armazenagem. O Brasil produziu 147 milhões de toneladas de grãos na última safra, mas os silos e armazéns de todo o país conseguem estocar, no máximo, 136 milhões.

Segundo a Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapós), o ideal é sempre ter espaço para armazenar um volume superior à colheita.

? Precisamos de 50 milhões de toneladas de capacidade estática para os próximos dois, três anos. Mas já precisamos fazer um plano de cinco, 10 ou 20 anos, pois o Brasil vai crescer muito. Nós vamos para uma produção de 200 milhões de toneladas de grãos, precisamos em média de 25% a mais dessa quantidade para ter um bom nível de armazenamento, de receber esse produto e armazená-lo com qualidade ? defendeu Irineu Lorini, presidente da Abrapós.

A indústria de silos e armazéns aposta também nas normas para separar grãos transgênicos dos convencionais e na exigência de certificação das unidades armazenadoras como boas oportunidades para ampliar os negócios. Os planos do setor, entretanto, encontram uma barreira significativa: a dificuldade de captar investimentos dos pequenos e médios produtores.

? O nosso produtor depende de financiamento, por isso nós gostaríamos de ter o governo mais presente. O retorno desse investimento vem num prazo muito rápido ? diz o diretor-presidente da Kepler Weber.

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