Em 70 anos de existência, Instituto Rio Grandense do Arroz tem sua primeira eleição para presidente

Antes realizada por nomeação do governador, escolha do presidente promete tornar processo mais democráticoAntes realizada por nomeação do governador, a escolha do presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) terá nesta terça, dia 23, sua primeira eleição, em 70 anos de existência, baseada a partir de uma lista tríplice. Criada para incentivar a produção de arroz, a instituição representa 18,5 mil produtores, em 136 municípios gaúchos com produção acima de 200 mil sacas.

Atendida em outubro pela Assembleia Legislativa, a antiga reivindicação da classe ainda causa polêmica, em especial na oposição, já que autarquias como o Irga são escolhidas diretamente pelo governo, mas permite que candidatos disputem a preferência de 80 conselheiros eleitos pelos produtores de arroz do Rio Grande do Sul. A lista com os três nomes será encaminhada ao governo do Estado, que terá 30 dias para escolher entre os mais votados para dirigir a autarquia, cujo orçamento gira em torno de R$ 55 milhões anuais.

Há cinco aspirantes: os engenheiros Maurício Fischer (atual presidente) e Cláudio Evangelista Tavares, o administrador Rubens Pinho Silveira, o médico veterinário Juarez Petry de Souza e o agrônomo Sérgio Gindri Lopes. Tavares, porém, deve retirar sua candidatura como forma de apoio à permanência da atual gestão.

Entre os desafios do presidente que comandará por dois anos estão a melhoria da renda e o destino da supersafra que está por vir, explica Rafael Mallmann, diretor administrativo do Irga.

? Nos últimos cinco anos, demos um salto de 5 mil quilos para 7,5 mil por hectare. Temos agora é de tentar compor o preço interno com alta produtividade ? ressalta.

Segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros dos municípios de Uruguaiana e Barra do Quaraí, Walter Arns, a participação dos produtores na eleição resultará em uma maior eficiência administrativa.

? Somos os verdadeiros proprietários do Irga e, assim, garantiremos uma relação mais afinada com o presidente. É um avanço democrático ? diz Arns.