Coordenador de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra, fez o alerta em uma rede social
O coordenador de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra, publicou em uma rede social um alerta sobre a queda prematura de folhas de soja devido à presença de antracnose (Colletotrichum truncatum) em lavouras do Médio Norte de Mato Grosso, onde choveu muito nos últimos dias. Segundo seus cálculos, uma fazenda de Tapurah já tem registros de perda de 38% a 44%.
– Os últimos 30 dias foram muito chuvosos. A semente é de produção própria, mas o produtor disse ter feito tratamento de sementes, e informou até o produto – explicou Guerra, acrescentando que o agricultor fez três aplicações de fungicidas contra ferrugem, dentre eles os mais eficientes do mercado e que têm ação contra a antracnose.
De acordo com a Embrapa, a antracnose afeta principalmente as plantações de soja nas regiões dos Cerrados. Sob condição de alta umidade, causa apodrecimento e queda das vagens, abertura das vagens imaturas e germinação dos grãos em formação. A doença pode causar alta redução do número de vagens, induzir a planta à retenção foliar e haste verde ou gerar até a perda total da produção.
A antracnose infecta a haste e outras partes da planta e causa manchas castanho escuras. É possível que seja uma das principais causadoras da necrose da base do pecíolo. A doença nas lavouras dos Cerrados é atribuída à maior precipitação e às altas temperaturas, porém, outros fatores como o excesso de população de plantas, cultivo contínuo da soja, estreitamento nas entrelinhas (35-43 cm), uso de sementes infectadas, infestação e dano por percevejo e deficiências nutricionais, principalmente de potássio, são também responsáveis pela maior incidência da doença.
A Embrapa sugere a rotação de culturas, um maior espaçamento entre as linhas (50 a 55 cm), população adequada (250.000 a 300.000 plantas/ha), tratamento químico de semente e manejo adequado do solo, principalmente, com relação à adubação potássica.