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Antracnose se espalha e é a doença a ser combatida nesta safra

Nos últimos quatro anos, focos afetam todo o país e causam prejuízos superiores a 10 sacas de soja por hectare antracnose

Bruna Essig, de Porto Alegre
Neste momento muitos produtores de soja estão se preparando para a próxima safra da oleaginosa. Tamanho de área, quantidade de sementes e compra de agroquímicos. Pensando nisso, alguns pesquisadores alertam para a doença que pode ser a vilã da próxima safra de soja: a antracnose. Nos últimos quatro anos, a doença se espalhou pelo país e trouxe um prejuízo de até 10 sacas por hectare.

Nas últimas safras, pesquisadores, agrônomos e técnicos agrícolas estavam em alerta para o aumento da infestação da ferrugem asiática, que na safra anterior registrou 415 focos pelo país. Nesta temporada não será diferente, todos continuarão atentos a ela. Mas, um novo alerta surgiu, contra a antracnose.

A antracnose é a principal doença que afeta a fase inicial de formação das vagens e é um dos principais problemas da região dos cerrados. O fungo causador escurece a folha da soja, apodrecendo o tecido. A perda pode ultrapassar dez sacas por hectare com facilidade, dependendo da disseminação. A antracnose faz parte de um complexo de manchas que inclui a mancha púrpura e mancha alvo.

“Duas ou três lesões são suficientes para a planta abortar esta folha. Porque esses fungos produzem toxinas nos tecidos. Muitas vezes, a planta afetada chega aos estágios produtivos e o produtor não visualiza as folhas do baixeiro, provavelmente porque a folha já caiu”, afirma a pesquisadora do Instituto Phytus, Monica Debortoli.

Após a colheita, o inóculo destas doenças, fica no solo ou na palhada, depois se reproduz e volta para a planta. Segundo o gerente técnico de ensino da Phytus, Marcelo Madalosso, não há como saber sobre a infestação da antracnose ou da ferrugem antes das folhas ficarem manchadas, mas há como se prevenir delas. “Muitas vezes quando o produtor percebe estas doenças, elas já estão no cotilédone, vinda da semente. Então é preciso combinar aplicações na sequência para evitar que o problema evolua”, comenta ele.

Os pesquisadores garantem que a antracnose apareceu em praticamente todas as lavouras de soja do país, nos últimos quatro ciclos, e que no próximo não será diferente. “Devido até a falta de opções que temos para a rotação de culturas na região, são vários anos plantando a soja. E estas doenças começam a apertar mais para o produtor”, diz o sojicultor, Rodrigo Ferigollo.

O produtor percebeu que com algumas práticas simples, conseguiu barrar o surgimento de doenças. “Rodar bastante os princípios ativos, plantio na época correta e usar a tecnologia sempre observando as práticas agrícolas”, diz o produtor.

A dica dos especialistas é ficar atento e se antecipar a doença. “Se combinar as aplicações dentro de um programa, fizer aplicação preventiva no início e intervalos não muito longos, de 15 a 18 dias, o produtor terá uma defesa estruturada, ajudando a planta a entregar mais soja no final”

Mas, os pesquisadores garantem que a antracnose é mais uma doença a se observar. A ferrugem asiática deve seguir no radar dos produtores, para tentar diminuir seus prejuízos. Para o pessoal da Phytus, esse ano ela vai chegar mais cedo, já no início do ciclo da soja. “Devemos ter uma ferrugem dentro da média, ou seja, chegando ali em novembro, mais ou menos. Se o produtor deixar para aplicar o fungicida depois do natal, não conseguirá mais segurar o problema na lavoura”, garante Madalosso.

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