Um dos maiores especialistas em energia do Brasil, o físico José Goldemberg afirmou que, pelo menos por enquanto, o país consegue se manter sem Belo Monte. A usina, a ser construída na bacia do Rio Xingu, deve ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, com mais de 11 mil megawatts de potência instalada – o suficiente para abastecer uma região com 26 milhões de habitantes. Para o professor, não adianta discutir a construção de novas usinas sem antes avaliar a eficiência energética do atual sistema.
E é consenso entre os analistas que não dá para falar de eficiência energética sem considerar as fontes renováveis, como a biomassa. Este é principal o assunto do anuário lançado pela AgraFNP. Segundo a publicação, o consumo de energia como um todo tem acompanhado o crescimento econômico do país.
De 2000 a 2008, houve um aumento anual de 3,5%. Neste ano, este crescimento deve ser de até 10% em relação a 2009. Em 2008, dado mais recente do anuário, 45,3% da matriz energética brasileira vinha de fontes alternativas. Este segmento vem crescendo, em média, 5% ao ano, enquanto as fontes não-renováveis, como o petróleo, crescem 2%. Para os especialistas, o Brasil tem todas as condições de ampliar ainda mais o uso desse tipo de energia.