– A resolução terá impacto direto em uma das principais estratégias da indústria para incentivar que jovens comecem a fumar, já que a adição de substâncias, como mentol, cravo e canela, mascara o gosto ruim da nicotina e torna o tabaco um produto mais atraente para esse público – afirma.
A norma da Anvisa prevê ainda que sejam retiradas dos produtos derivados do tabaco substâncias que potencializam a ação da nicotina no organismo como acetaldeído, ácido levulínico, teobromina , gama-valerolactona e amônia.
– Evidências científicas apontam que muitos desses aditivos aumentam o poder da nicotina, fazendo com que os cigarros fiquem mais viciantes – diz.
Para o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, a retirada de aditivos resultaria em impactos negativos para a cadeia produtiva.
– Nenhum estudo científico comprovou a relação entre o uso de aditivos na fabricação dos cigarros e os riscos à saúde associados ao seu consumo. Além disso, nenhum outro país proibiu a comercialização desse tipo de produto e os estudos existentes não atestam claramente os benefícios da medida. Vale ressaltar que os índices de prevalência de fumantes em países que utilizam ingredientes, como é o caso do Brasil, Estados Unidos e Alemanha, são similares aos do Reino Unido, Austrália e Canadá, países que, por circunstância de mercado, historicamente não usam ingredientes – enfatiza.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas avalia os impactos das propostas da Anvisa. Confira: