Anvisa adia decisão final sobre uso de aditivos nos derivados do tabaco

Agência realizará nova reunião em março para aprofundar discussões sobre uso do açúcar nos produtosA decisão final sobre a proibição do uso de aditivos nos produtos derivados do tabaco comercializados no Brasil será debatida na próxima reunião da diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a ser realizada em março. Em encontro realizado nesta terça, dia 14, os líderes da entidade chegaram a um consenso em relação à demanda, mas a proposta de proibição não foi votada. Conforme informações da Anvisa, os dirigentes pretendem aprofundar as discussões sobre o uso de açúcar nos

– A resolução terá impacto direto em uma das principais estratégias da indústria para incentivar que jovens comecem a fumar, já que a adição de substâncias, como mentol, cravo e canela, mascara o gosto ruim da nicotina e torna o tabaco um produto mais atraente para esse público – afirma.

A norma da Anvisa prevê ainda que sejam retiradas dos  produtos derivados do tabaco substâncias que potencializam a ação da nicotina no organismo como acetaldeído, ácido levulínico, teobromina , gama-valerolactona e amônia. 

– Evidências científicas apontam que muitos desses aditivos aumentam o poder da nicotina, fazendo com que os cigarros fiquem mais viciantes – diz.

Para o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, a retirada de aditivos resultaria em impactos negativos para a cadeia produtiva.

– Nenhum estudo científico comprovou a relação entre o uso de aditivos na fabricação dos cigarros e os riscos à saúde associados ao seu consumo. Além disso, nenhum outro país proibiu a comercialização desse tipo de produto e os estudos existentes não atestam claramente os benefícios da medida. Vale ressaltar que os índices de prevalência de fumantes em países que utilizam ingredientes, como é o caso do Brasil, Estados Unidos e Alemanha, são similares aos do Reino Unido, Austrália e Canadá, países que, por circunstância de mercado, historicamente não usam ingredientes – enfatiza.

Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas avalia os impactos das propostas da Anvisa. Confira: