Até o mês passado, na escolha entre gasolina e etanol, os consumidores optavam pela primeira. Em fevereiro, o comportamento dos motoristas mudou. A gasolina subiu, em média, 4% e está sendo vendida em torno de R$ 2,99 nos postos de São Paulo. O etanol teve elevação de 2% e é comercializado a cerca de R$ 1,99.
Apesar da alta nos preços, as usinas e produtores não estão comemorando. De acordo com a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Mirian Bacchi, o ano passado não foi rentável, com altos custos de produção para o anidro e o hidratado. Segundo ela, o aumento é pouco representativo e serão necessárias outras medidas para a retomada dos investimentos.
Outra mudança que deve movimentar o mercado está programada para junho. A mistura do etanol na gasolina deve subir dos atuais 20% para 25%.
Com o aumento da demanda nos próximos meses, as usinas devem produzir mais etanol nesta safra. No ano passado, o mix ficou em 49% para o açúcar e em 51% para o biocombustível. Neste ano, o mix deve ficar em 47% para o açúcar e em 53% para o etanol.
– Você tem uma demanda maior com o aumento da mistura. Demanda por mercado externo, demanda forte por carros flex. Na medida em que os preços do açúcar e etanol se equilibram, as usinas tendem a fabricar mais etanol – diz o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues.
Segundo o analista, a maior produção de etanol é motivada pela demanda crescente e não pela possibilidade de melhor rentabilidade. Rodrigues afirma que as usinas vão trabalhar com uma rentabilidade maior somente a partir do próximo ano.