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Apesar da alta em maio, cotações do milho no mercado brasileiro podem baixar nos próximos meses

Possibilidade de safra recorde do grão nos EUA e no Brasil deve pressionar os valores no médio prazoEm maio, as cotações do milho subiram no mercado brasileiro. A alta esteve atrelada a incertezas sobre as safras norte-americana e brasileira, a relatos sobre novos negócios para exportação e, principalmente, à oficialização de leilões governamentais.  Nos Estados Unidos, no início do mês, a chuva vinha atrapalhando o cultivo no país, gerando expectativas de redução da produção. Porém, em meados do mês, os norte-americanos aceleraram o plantio, que se aproximou da média histórica, fazendo com qu

Para a segunda safra, a Companhia estima aumento de 14,5% da área, que atingiria 8,8 milhões de hectares, mas a produtividade média pode cair para 4,9 t/ha (-4,5%), o que geraria produção de 43,2 milhões de toneladas (+10,4%). No Paraná, a segunda safra é prevista pela Conab em 11,5 milhões de toneladas e, em Mato Grosso, em 16,9 milhões de toneladas.
 
No agregado, são esperados consumo interno de 52,05 milhões de toneladas e exportação de 15 milhões de toneladas. Com isso, os estoques de passagens superariam 17 milhões de toneladas, patamar recorde.
 
Nesse ambiente, o governo federal passou a divulgar mecanismos de apoio à comercialização via mercado e também de compra direta de parte da produção. O governo apontou que se utilizará de contrato a termo para entrega futura com preço fixo para dar sustentação aos valores do cereal e recompor os estoques oficiais. Segundo notícias, o governo irá comprar 1 milhão de toneladas de milho por meio de contratos de compra a termo, aprovados pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep). Além disso, pretende lançar contratos públicos de opção de venda, inicialmente para 2 milhões de toneladas de milho em regiões onde as cotações estiverem abaixo do preço mínimo de garantia.
 
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, informou que o governo estava discutindo também outras medidas para dar sustentação aos preços do grão. Entre elas, estão os leilões de Prêmios para Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador pago ao Produtor (Pepro).
 
No final do mês, o governo divulgou as regras para leilões de opções de venda para milho das safras 2012/2013 e 2013. Os produtores poderão participar diretamente ou por meio de suas cooperativas, e o vencimento do contrato será em 29 de novembro deste ano.
Em termos mundiais, as preocupações com o ritmo de cultivo da safra norte-americana e com o tamanho da safra global 2013/2014, que pode ser recorde, se acirraram. Mesmo assim, os estoques de passagens devem continuar baixos, limitando quedas expressivas de preços.
 
Segundo dados do USDA, a produção mundial 2013/2014 é estimada em quase 966 milhões de toneladas, com crescimento de 12,7% sobre o ano safra anterior. Quanto à demanda, espera-se um avanço de 8,4%, para 936,7 milhões de toneladas.
 
Como a demanda ficará abaixo da oferta, os estoques finais podem aumentar em 23,3%. Porém, ao se analisar a relação com a demanda, ainda representarão apenas 16,5%. Esse é o melhor nível em quatro safras, mas é ainda considerado muito baixo. A média entre as safras 1960/1961 e 2012/2013 foi de 23,3%, segundo dados do USDA. No final da década de 1990, a relação estoque final/consumo ficava na casa dos 30%.
 
Por enquanto, o grande fator de peso nos dados mundiais é o tamanho potencial da safra norte-americana. Até o dia 2 de junho, 91% da área estimada para o milho havia sido semeada, contra 100% no mesmo período do ano passado e 95% na média de 2008 a 2012.

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