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Apesar do clima úmido, plantio de soja na Argentina está dentro do período ideal, diz bolsa

Clima úmido já inundou várias centenas de hectares que seriam plantados com soja, mas a expansão das lavouras em outras áreas compensará quaisquer perdasUm clima extremamente úmido na Argentina já inundou várias centenas de hectares que seriam plantados com soja, mas a expansão das lavouras em outras áreas compensará quaisquer perdas, informou nesta semana a Bolsa de Cereais de Buenos Aires em um relatório semanal sobre a safra.

– Todas essas perdas são compensadas por uma grande expansão no plantio no sudeste da província de Buenos Aires – comunicou a bolsa.

A área é normalmente mais seca que o restante do cinturão agrícola e importante produtora de cevada e trigo de inverno. Mas o excesso de chuvas nesta temporada está levando muitos produtores a semear soja depois de colher a cevada, acrescentou o relatório.

A bolsa manteve a estimativa do cultivo de soja no ciclo 2012/2013 em 19,7 milhões de hectares. Até agora, 80% dessa área já foi plantada. Os produtores se esforçam para compensar atrasos anteriores por causa das inundações. O ritmo de colheita está apenas 0,5% atrasado em relação ao ano anterior, de acordo com a entidade.

Apesar do lento início dos trabalhos no campo, os preços elevados e o clima úmido devem resultar em uma safra abundante. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê uma produção de 55 milhões de toneladas na Argentina, acima do recorde anterior de 52,7 milhões de toneladas observado em 2009/2010.

O país é o terceiro maior exportador de soja do mundo, ficando atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos, mas é o principal fornecedor de óleo e farelo. O mercado mundial espera que colheitas volumosas na América do Sul recomponham os estoques globais – reduzidos pela quebra da safra dos EUA.

Milho

O plantio de milho na Argentina está 73% concluído, o que significa um atraso de cinco pontos porcentuais em relação à temporada anterior, informou a bolsa. A projeção da área destinada ao cereal também foi mantida em 3,4 milhões de hectares, 12% menor ante o ano-safra 2011/2012. Mas a bolsa alertou que inundações em muitas plantações podem reduzir as perspectivas de cultivo.

Importantes regiões produtoras de milho nas partes central e oeste de Buenos Aires e no sudeste de Córdoba ainda estão alagadas, acrescentou. Faltando apenas 20 dias para o término da janela ideal de plantio, “há possibilidade de não se conseguir plantar parte da área”, esclareceu a bolsa. Fora isso, muitos produtores em Buenos Aires ainda não decidiram se plantarão milho ou soja tardia.

Inicialmente, a previsão era de uma produção histórica de 28 milhões de toneladas de milho em 2012/2013, mas agora a expectativa recuou para 26 milhões a 27 milhões de toneladas por causa do clima úmido e do atraso do plantio, segundo a associação de produtores Maizar.

Se concretizado, o volume ainda ficará acima do recorde anterior de 24 milhões de toneladas verificado em 2010/2011 e das 21 milhões de toneladas colhidas em 2011/2012. A Argentina é o segundo maior exportador de milho, depois dos EUA.

Trigo

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires também deixou inalterada a projeção da produção argentina de trigo em 9,8 milhões de toneladas. Até agora, 67,4% da safra foi colhida, uma queda de 10,9% na comparação anual. O país deve se tornar o quinto maior exportador de trigo nesta temporada, de acordo com o USDA, e a maior parte dos embarques será destinada ao Brasil.

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