Apesar da greve, fiscais federais agropecuários seguem trabalhando em portos, aeroportos e fronteiras no RJ

Categoria aguarda novas propostas do governo para encerrar a paralisaçãoApesar da greve dos fiscais federais agropecuários, deflagrada no início deste mês, os profissionais que atuam em portos, aeroportos, fronteiras e em estabelecimentos de abate no Rio de Janeiro estão trabalhando sem interrupções. A informação foi confirmada nesta terça, dia 28, pelo delegado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários do Estado, Ricardo Nascimento.

Cinco dias após o início da paralisação, uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a volta ao trabalho da categoria. No entanto, até o momento, eles se encontram em estado de greve, ou seja, aguardando uma nova proposta do Ministério do Planejamento. Segundo Nascimento, deve ocorrer ainda nesta terça uma nova reunião, em Brasília, com representantes da categoria.

O presidente do sindicato se mostrou confiante com o novo encontro e acredita que ao marcar uma nova reunião com a comissão, o Ministério do Planejamento vai demonstrar interesse em acabar com a greve.

– Se eles [Ministério do Planejamento] nos oferecerem mais uma oportunidade de diálogo, eu acredito que eles vão oferecer alguma coisa. Nós vamos aguardar, estamos otimistas – disse.

O sindicalista também ressaltou que, com a decisão do STJ, somente a área administrativa do órgão está em greve, mantendo apenas 30% do efetivo trabalhando.

– O STJ permitiu que apenas 30% do efetivo, não ligado diretamente à exportação, importação e a inspeção federal entrasse em greve. Então, estamos em estado de greve, até porque nós não podemos fazer greve – explicou.

Nascimento disse que para os profissionais que atuam no Rio de Janeiro, a proposta do Ministério do Planejamento foi 10%, dividida em duas parcelas, e pagas em dois anos. Ele falou ainda que a atual proposta não contempla os aposentados do órgão, o que, segundo Nascimento, é uma das reivindicações da categoria. De acordo com o representante da categoria, pela proposta, quem está na ativa, assim como os mais jovens, ficariam anos sem aumento.

– Nós esperamos que eles melhorem a proposta. Se houver um avanço, com certeza as bases devem aceitar – garantiu.

Os fiscais reivindicam que algumas gratificações sejam transformadas em subsídio, permitindo incorporação ao salário da categoria. Eles alegam que, ao se aposentar, o profissional perde cerca de 40% sobre as vantagens adquiridas no decorrer da carreira.

No último dia 23, os servidores realizaram dois eventos no centro da capital fluminense para chamar a atenção do governo federal para as reivindicações da categoria. No primeiro ato foram distribuídos à população 3,6 mil litros de leite. No segundo, que ocorreu no mesmo dia, o Cristo Redentor recebeu um abraço simbólico dos profissionais em um protesto contra a decisão do STJ.

Segundo Nascimento, ao todo, 292 fiscais federais estão sindicalizados no Estado do Rio de Janeiro, incluindo aposentados e pensionistas. Ele informou que, em todo o país, são 4.200 profissionais atuando nos postos de fiscalização.