Há poucos dias o agricultor Koje Watanable, de Montividiu, no sudoeste de Goiás, terminou a colheita em 1360 hectares de milho safrinha. A média foi de 130 sacas por hectare. No ano passado, foram colhidas 142.
? O clima não ajudou, faltou chuva ? disse Watanable.
Segundo o agricultor, o que ajudou a diminuir as perdas foi a aplicação aérea dos defensivos. Duas áreas foram plantadas com as mesmas variedades de sementes e receberam cuidados iguais. Na hora de aplicar o fungicida, foram 300 hectares com tratores e mais 284 com avião.
O mercado de aplicação de defensivos agrícolas está em larga expansão na região sudoeste de Goiás. Em uma empresa da região, a frota é composta por dez aeronaves.
O empresário Ruy Textor lembra que, quando começaram, há 25 anos, havia uma desconfiança. Boa parte dos produtores não acreditava que o defensivo poderia alcançar a parte baixa da planta.
O engenheiro agrônomo da empresa, André Textor, conta que a aplicação aérea pode elevar em até 7% a produtividade das lavouras de milho e 5% da soja, porque não existe amassamento. Ele diz que ainda tem a questão do tempo, o que poderia ser feito com trator em 22 horas se faz com avião em 3 horas. E ainda tem a segurança.
E foi pensando em economizar tempo que o agricultor Mário Maria Van den Broek, da fazenda Tropical, começou há 15 anos a fazer aplicações de defensivos com avião. Este ano ele plantou pouco mais de 1,3 mil hectares de milho e fez duas imunizações.
? Em alguns lugares cheguei a colher 150 sacos. O produtor tem que aproveitar o que existe de tecnologia ? disse Van den Broek.