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Após 36 anos, cooperativa de produtores de MG tem candidato de oposição em eleição

Atual grupo está há 40 anos no poder da CCPR/ItaimbéApós 36 anos, a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), a maior do setor lácteo no país, terá um candidato de oposição na eleição para a presidência. Na assembleia geral ordinária, marcada para terça, dia 22, às 14 horas, em Belo Horizonte (MG), o atual presidente, Jacques Gontijo, e o opositor, Antonio Vicente Netto, disputam o mandato até 2014.

A CCPR congrega 31 cooperativas, é dona da marca Itambé e tem faturamento anual de R$ 2 bilhões. Agrônomo e presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Cotrial), Vicente Netto tenta derrotar o grupo que está há mais de 40 anos no poder da CCPR/Itambé. O ex-presidente José Pereira Campos, que ficou quatro décadas à frente da cooperativa, só enfrentou – e venceu – um candidato da oposição, em 1975. Há três anos, com problemas de saúde, Campos foi substituído por Gontijo, então diretor comercial da CCPR/Itambé e agora candidato à reeleição.

? É preciso que haja enfrentamento, porque as eleições sempre foram herméticas ? informou Netto.

A perspectiva é de que a eleição seja equilibrada, já que apenas representantes de 31 associadas à CCPR/Itambé podem votar, apesar de essas cooperativas representarem mais de 8,5 mil pecuaristas. O principal ponto de crítica no discurso de campanha de Vicente Netto é o fracasso na tentativa da atual diretoria de formar a maior cooperativa de leite da América Latina.

Entre 2009 e 2010, a CCPR/Itambé tentou uma fusão com outras quatro cooperativas: a Cooperativa Central de Laticínios de Goiás (Centroleite), a paranaense Confepar e as mineiras Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil) e Minas Leite. A cooperativa surgida da fusão captaria sete milhões de litros de leite por dia e teria um faturamento de R$ 4 bilhões por ano.

? Infelizmente, a atual diretoria não teve liderança para aglutinar essas outras cooperativas, e essa oportunidade foi abandonada. O Jaques Gontijo não teve sensibilidade de entender a grandeza do projeto ? esclareceu Netto.

? Vicente Netto sempre elogiou a atual diretoria e mudou bastante de opinião nesses últimos meses, justamente quando deixou de ser conselheiro e passou a ser crítico ? disse Gontijo.

Há 21 anos na CCPR/Itambé, Gontijo considera “um fato normal dentro do cooperativismo uma eleição com mais de uma chapa”, apesar de isso não ocorrer há 36 anos. O executivo rebate ainda as críticas do adversário e classifica como “abertas” as negociações para a ampliação do quadro de cooperativas da CCPR/Itambé.

? Não considero o processo fracassado. As conversas com a Confepar estão bastante adiantadas e as outras cooperativas só deixaram o acordo por não concordarem com os valores que teriam na nova empresa ? explicou.

Gontijo cita ainda que somente a CCPR/Itambé e a Nestlé permanecem há 20 anos entre as dez maiores empresas do setor lácteo brasileiro, para justificar o trabalho feito pelo grupo que comanda a cooperativa.

? É um trabalho sério, com projetos, ao contrário do adversário ? concluiu.

Com mais de 60 anos, a CCPR/Itambé capta e processa 3,1 milhões de litros de leite de 8,5 mil produtores, tem 3,3 mil funcionários em cinco unidades processadoras, quatro em Minas Gerais e uma em Goiás. Segundo a empresa, são mais de 150 produtos em seu portfólio.

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