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Após aprovação do novo Código, produtores rurais ainda trabalham com insegurança em MG

Agricultores precisam investir na recuperação de áreas de reserva dentro da atual legislação para não parar de produzirAs lideranças rurais em Minas Gerais comemoraram o resultado da votação.  Mas os produtores ainda estão trabalhando com insegurança e são obrigados a investir na recuperação de áreas de reserva dentro da atual legislação para não parar de produzir.  Um investimento alto para sair da ilegalidade com perda de áreas produtivas.

Geraldo Silvério de Azevedo sempre trabalhou na roça como arrendatário.  O produtor, que hoje cultiva pimentão, resume o momento que vive o setor nessa batalha que se transformou o Código Florestal.

? Nós temos que entrar numa briguinha aí para o pequeno ter uma oportunidade. Se precisa do grande, precisa do pequeno também. Não se vive só com o pequeno ou só com o grande. Temos que ter oportunidade ? disse Geraldo.

Você está satisfeito com o texto aprovado pela Câmara dos Deputados?

Para o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Rivaldo Machado Borges, a aprovação na Câmara dos Deputados é considerada a primeira grande vitória.

? Para nós foi um grande orgulho, até porque tudo começou em Uberaba em fevereiro de 2009, com a vinda do Ministro da Agricultura, de ruralistas, ambientalistas e técnicos. Eu acho que essa aprovação de 410 votos a favor do Código mostra o quanto vamos bem para o Senado e para a presidente ? afirmou Rivaldo.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Eduardo Biagi, também comemorou o resultado.

? O Brasil venceu né?  Eu acho que o quadro de votação demonstrou bem isso. 410 a 63 demonstra claramente o acerto daqueles que estavam pela aprovação deste relatório que foi muito bem feito. Não é perfeito, mas contempla a grande maioria das demandas e necessidades dos produtores ? observou Eduardo.

No campo, a demora em todo o processo continua gerando insegurança.  A propriedade de Juliano Severino tem 39 hectares.  Além de hortaliças, tem um pomar onde produz 88 toneladas de frutas por ano e gera quatro empregos durante a colheita. Depois de ficar com os financiamentos travados por causa do Código Florestal, acertou na Justiça o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).  Com topógrafo e taxas já gastou mais de R$ 5 mil.

O pai de Juliano, Antonio, de 67 anos, que formou os três filhos com a produção de sua propriedade, ficou doente e com os gastos em hospital e remédios não conseguiu terminar a construção da cerca nas áreas de reserva, que está com o prazo dado pelo Ministério Público acabando. A primeira votação do novo Código Florestal não muda a situação dos produtores ainda, mas gera esperança.

Esta área que precisa ser cercada ficava sempre limpa com pastagem para o gado de leite.  Nos últimos cinco anos não pode mais ser roçada.  O produtor vai precisar de oito hectares de cerca.

? A gente tem que comprar arame, tem que comprar poste. Vamos gastar com mão de obra de R$ 8,5 mil para poder cercar, e nesse momento, a gente se encontra desprovido ? disse Juliano.

Entre APPs e reserva legal ele perde 35% da propriedade. Juliano espera que com a mudança do Código seja possível recuperar parte da área onde hoje está impedido de produzir. 

? Se a gente conseguir 20% fica bem interessante continuar produzindo alimentos para a população. Agora assim, com certeza a renda cai muito, ter que zelar pela área preservada e ter gastos fica complicado ? concluiu Juliano.

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