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Após queda no início de 2010, soja inicia novo ano em forte alta

Brasil teve aumento nas exportações de soja em 2,5% neste ano, o que corresponde a 29 milhões de toneladasOs preços da soja e derivados tiveram queda expressiva no primeiro trimestre de 2010, pressionados pela colheita da América do Sul. Nos meses seguintes, os preços encontraram sustentação na demanda mundial e tiveram altas significativas, finalizando o ano nos maiores níveis em dois anos e meio, favorecendo as boas expectativas, inclusive para 2011.

Com preços em queda no início de 2010, as negociações estiveram limitadas no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), produtores acreditavam que a desvalorização do real frente ao dólar e a divulgação de dados positivos sobre o crescimento das grandes economias no último trimestre de 2009 devolvessem a sustentação aos preços de commodities agrícolas. Além disso, agentes esperavam que políticas de suporte de governos, especialmente da China, limitassem as quedas observadas em janeiro.

No final do primeiro semestre, a demanda internacional começou a se elevar expressivamente, dando sustentação aos preços da soja e derivados. A China passou a ser o grande ator na sustentação dos preços, o que prevaleceu até o final do ano. Com isso, as exportações brasileiras passaram a ser crescentes. Ao mesmo tempo, no mercado interno, a demanda e os preços também seguiam firmes, ignorando as baixas observadas no mercado externo. 

Em agosto, as cotações coletadas pelo Cepea já se aproximavam dos maiores valores do ano. Como consequência, as negociações de soja passaram a ocorrer em um ambiente mais competitivo entre compradores e vendedores, tanto no mercado interno quanto no externo. No mercado internacional, as atenções de agentes estiveram voltadas para a safra norte-americana, com incertezas sobre produtividade e dados apontando demanda aquecida. No Brasil, a expectativa era de que os preços continuassem firmes, levando vendedores a permanecer retraídos e compradores a intensificar as aquisições. A demanda interna vinha tanto de indústrias domésticas quanto de tradings, que buscavam exportar e/ou completar cargas de navios.

No Brasil, prevaleceram as negociações antecipadas para o produto da safra 2010/11, que estavam em ritmo mais acelerado que no mesmo período de 2009. O fato é que, enquanto em 2009 os preços estavam em queda e com incertezas quanto aos valores que estariam em vigor no primeiro trimestre de 2010, a partir de agosto deste ano, os preços eram considerados bons pelos vendedores. Os valores das negociações para exportação do produto em março de 2011, período de pico de colheita no país, chegaram a ficar apenas 6% menores que os praticados no mercado spot. Já as negociações no físico brasileiro para entrega imediata seguiram lentas no último trimestre, com as atenções passando a focar a safra 2010/11. Em outubro, os preços da soja atingiram os maiores patamares do ano e seguiram crescentes nos períodos seguintes.

Diante disso, entre 30 de dezembro de 2009 e 29 de dezembro de 2010, o Indicador CEPEA/ESALQ (média de cinco regiões do Paraná) da soja em grão teve elevação de 15,4%, fechando a R$ 49,04/sc de 60 kg no dia 29. A média anual, porém, ficou em R$ 40,00/sc, 14,9% inferior à média de 2009. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto posto porto de Paranaguá) teve acréscimo de 19% no mesmo período, fechando a R$ 50,00/sc. Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, observou-se aumento de 16,8% no mercado de balcão (ao produtor) e de 17,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas), entre 30 de dezembro de 2009 e 29 de dezembro de 2010.

Segundo dados da Secex, entre janeiro e dezembro de 2010, o Brasil exportou 29,07 milhões de toneladas de soja em grão, com crescimento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2009. Para o farelo de soja, de janeiro a dezembro, foram embarcadas 12,8 milhões, quantidade 10,5% maior que a do ano anterior. Já os embarques de óleo de soja chegaram a 1,4 milhão de toneladas no acumulado de 2010, ficando 0,3% inferior ao do mesmo período de 2009.

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