? A perspectiva é muito boa. A AGCO faz planos de recontratação de pessoas, de um mercado no mínimo semelhante a 2009. O fundamental para nós é que essas linhas de financiamento (do governo federal) não sequem ? afirma o vice-presidente para vendas da América do Sul da AGCO, Orlando Capelossa Silva.
Para que o setor retome a temporada de vendas turbinadas, entretanto, é preciso buscar soluções para problemas como o câmbio baixo. A valorização do real, por exemplo, atinge 34,06% desde o começo de janeiro, afetando em cheio as exportações.
? Nós não conseguimos exportar, perdemos a competitividade mesmo que internamente para máquinas importadas com preços inferiores, e ainda tivemos problemas de preços em algumas commodities ? explica Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
Diante dessas dificuldades, somadas à crise econômica que eclodiu no final de 2008, o setor de máquinas agrícolas vai encerrar o ano no vermelho. Nem mesmo programas de incentivo do governo, considerados a salvação da lavoura, conseguiram reverter os efeitos da crise.
? Não houve nenhum grande investimento em máquinas agrícolas. A maior parte de vendas de máquinas foi garantida por programas sociais ? explica o analista de mercado André Pessoa.
Indústrias de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas tiveram de se reorganizar, demitir, recontratar e até mudar o perfil das fábricas.
? Nos dedicamos a nacionalizar o produto em razão do Mais Alimentos e outras linhas de financiamento como o Finame ? comenta o gerente de vendas da John Deere, João Pontes.