No Distrito Federal, os produtores optaram por plantas com período de desenvolvimento mais longo e o resultado deu certo
Manaíra Lacerda | Paranoá (DF)
Os produtores de soja do Distrito Federal esperam um aumento de produtividade nesta safra, apesar do veranico que atingiu as lavouras em dezembro. A troca de plantas com ciclo curto para cultivares com ciclo tardio é uma das explicações para este sucesso.
A média de produção deve ficar em 55 sacas por hectare, acima da média nacional de 50 sacas/ha. O resultado obtido pelos produtores do Distrito Federal é melhor que o da safra anterior, em 47 sacas/ha. O motivo é a mudança de hábito dos produtores após o veranico enfrentado na temporada passada. Ao trocar o ciclo das plantas de soja, o resultado apareceu.
– Os produtores plantaram também soja de ciclo médio, ciclo normal, tudo para correr menos riscos. É uma expectativa que vai ter uma área menor para a safrinha de milho no período ideal. Por isso, nós achamos que a soja vai produzir bem mais em relação ao último ano – explica o engenheiro agrônomo Cláudio Malinski.
Quem insistiu na soja precoce deve sofrer novamente nesta safra. É o caso do produtor Jolmir Cenci, que cultivou 125 hectares de soja e ocupou toda a área com o material de ciclo curto. O resultado: a lavoura sofreu com um veranico de quase 30 dias em dezembro do ano passado e a produção foi atingida em cheio.
– Isso aconteceu na fase de florescimento da soja e teve um fator muito relevante para a queda de produção, com certeza. A soja precoce, o ciclo dela é mais rápido e tem essa questão. A perda deve ficar entre 5% e 7% numa média geral – avalia.
A área plantada de soja também cresceu no Distrito Federal. Nesta safra, são 70 mil hectares, contra 56 mil da última safra. Os produtores foram motivados pela alta do dólar, que levanta o preço do grão em reais. Aparentemente, o investimento valeu a pena, já que a expectativa é de lucro.
– Com certeza é uma safra com lucro. O dólar a quase R$ 4,00 faz com que a saca de soja seja vendida acima de R$ 70,00, o que é um bom preço. Isso permite ao produtor ter grandes ganhos em termos de receita e, consequentemente, a segunda safra terá mais receita ainda – projeta Malinksi.
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